Verdadeiro Olhar

POLÍTICA PARA TOTÓS: Correu mal ou é tudo igual?

A geringonça, como disséramos na semana passada, foi à vida. Benditas velas latinas que nos ensinaram a navegar com ventos contrários e longe do(a) Costa. Bolinar, como dizem os bons marinheiros. E não há melhor do que Costa para navegar em águas agitadas. Era tão previsível a geringonça acabar agora por conveniência de Costa como ter acontecido há quatro anos como tábua de salvação para o PS que perdera as eleições. Conclusão: para sobreviver, Costa aliou-se à esquerda. Para viver, Costa aliar-se-á ao jeito das suas conveniências até ao dia em que conseguir vislumbrar a maioria absoluta. Daqui a dois anos, talvez!

Cá, no nosso burgo é que, ao que se vai constatando, nada muda. Há, então certas alturas em que, indignados, se nos eriçam os pelos todos (sim, até esses).

Na última Assembleia Municipal de Paredes, à pergunta sobre as razões da autarquia para contratar, por avença, um escritório de advogados cuja fama noticiada é a de facturar centenas de milhares de euros às autarquias socialistas – o escritório a que está ligado o deputado do PS, Ricardo Bexiga- a esta pergunta respondeu o presidente da câmara que “era normal”.

Não, não é normal. Normal seria entregar a defesa dos interesses municipais ao gabinete jurídico que a autarquia tem. Agindo assim dá razão aos que se questionam para que servem os juristas da autarquia. Menoriza e despreza estes funcionários.

Não, não é normal. No máximo aceitar-se-ia que, à falta de capacidade de resposta do gabinete jurídico da câmara, a defesa dos interesses coletivos do município fosse entregue aos escritórios de advogados que existem no concelho de Paredes. Não o fazendo, o executivo municipal passa um atestado de incompetência e incapacidade às centenas de escritórios de advogados do concelho.

Era normal isso acontecer no tempo do anterior executivo e o PS repudiava, por exemplo e com razão, a avença astronómica que o gabinete de advogados do social-democrata, Rui Gomes da Silva, recebia da autarquia.

O que não é normal é que quem criticou faça igual. Neste caso, faça pior!

Desde há muito que não vemos grandes diferenças entre o PS e o PSD.

Quando nos questionavam sobre estes assuntos costumávamos dizer que o PS era, sem virtude, mais manso que o PSD, nestas coisas da gestão dos dinheiros públicos. Normalmente, quando o PSD chega ao poder varre o PS dos lugares de nomeação política, vulgo “jobs for the boys and girls” e senta neles a clientela laranja. Quando é o PS a chegar ao poder, quase sempre, na mira de “converter” os bem instalados laranjas, mantem-lhes os lugares e acrescenta novos lugares acima dos existentes para servir as novas clientelas.

E é assim que, contrariados, vamos cimentando as nossas convicções. Em vez de cancelar o contrato do avençado laranja e Silva  e, como exemplo de boa gestão da coisa pública, recorrer ao gabinete jurídico da autarquia ou aos escritórios de advogados que pagam os seus impostos no concelho, o novo executivo – socialista, não é? – não só mantém o contrato com esse gabinete como acrescenta agora o rosa Bexiga. E assim, em vez de um temos dois. “À Lagardère” !

Para quem, como nós, mostrou indignação registada por escrito quanto à primeira situação, porque haveríamos de nos calar agora? É que estes prometeram-nos “Mudança”. Não sabíamos é que não era para melhor.

Correu mal ou é isto é tudo igual?

 

MEL

“Escritaria” em Penafiel

Esgotado o “FEL” no texto acima, sem complexos e na sequência da respeitável competência que já é reconhecida a este evento anual que acontece em Penafiel, este ano, o homenageado é o poeta Manuel Alegre. A autarquia é gerida pelos partidos à direita, mas a poesia não tem partidos. É superior.

“Abuso sexual de crianças – valoração da prova”

Não encheu, mas quase, e merecia sala cheia, a apresentação do livro de Susana Pitta Soares, na Casa da Cultura de Paredes. Pela obra e pela autora, uma paredense “deslocada” em Santarém, que muito tem contribuído para engrandecer o nome da terra que a viu nascer.

Rali de Paredes

Foi a segunda edição e, como já tínhamos dito na primeira, tem tudo para criar raízes e se afirmar até com dimensão maior no panorama do automobilismo em Portugal. Serve o norte e o sul do concelho, para evitar queixas. Assim, sim!