Qual quê?
Apanham-nos de costas e o G7 – clube dos países ricos cheios de gente pobre -, os donos do mundo, reúnem em Biarritz – terra cara, que eles não fazem por menos – e, entre banquetes, chegam-nos notícias de que o Bolsonaro, boçal por não saber ser outra coisa, se zangou com o Macron por causa da Amazónia e das suas mulheres, coisas que, como sabemos, nos dizem muito. Fica-nos até a sensação que, só porque arde o pulmão do planeta se apagaram todos os incêndios neste torrãozinho português que, sem assento entre gente tão fina, até teve um Verão envergonhado.
Do Brexit, o excêntrico Boris Johnson, fiado e influenciado pelo seu amigo e semelhante Trump, para estragar ainda mais o que já parece não ter conserto, suspende – isso mesmo – suspende a mais velha democracia da Europa, como se a dita se pudesse usar como um semáforo que, de tempos em tempos, deixa passar uns, fecha os olhos a outros e obriga os restantes a ficarem para trás. Não se iludam: os estúpidos andam sempre aos pares.
Entretanto, em Hong Kong, a China, o tal país de um regime e dois sistemas, vai, pacientemente, lançando uns jatos de água e uns tiros para o ar, só para lembrar que um destes dias põe fim àqueles “excessos”, que isto da democracia, cada um usa como lhe convém.
Enquanto isto, não se percebe porque o mundo se ri por Trump querer comprar a Gronelândia, como se os americanos não tivessem comprado já, por exemplo, o Alasca. E ainda sem acabarem de rir propõem-se, ao mesmo tempo, a comprar a Amazónia. Coisas do mundo!
E cá vamos andando nisto. Rasteiros. Rasteirinhos. Gigantes, viste-lo? Por cá, nem sequer nos sobram as marés e marinheiros e as metáforas poéticas viram-se substituídas por rábulas futebolísticas. Ouça-se o primeiro-ministro sobre a greve dos camionistas. Os meios usados pelo governo foram exagerados? “É o mesmo que, quando no fim de um jogo de futebol uma equipa ganha 3-0, perguntarem se precisava de ter tantos defesas”. Resposta digna não digo de Platão, mas decerto de Golias.
A CGTP parece a Viridiana do filme homónimo do Buñuel. Tanto amor aos trabalhadores (ela era aos pobrezinhos), mas no fim acaba a jogar às cartas com os patrões e o governo.
E ainda não abrimos completamente a porta, finalmente chegados a casa, e cai-nos em cima, como um balde de água fria, o que contenta uns e a nós causa náuseas.
Então, os STCP vão passar a ser geridos por seis municípios da Área Metropolitana do Porto? Paredes fica de fora? Estamos mesmo a ver que os “muros” que se colocaram à saída de Valongo nunca permitirão a passagem dos autocarros para as freguesias fronteiriças de Gandra, Rebordosa, Lordelo ou Vilela. Os nossos autarcas enchem-nos de fotografias para – dizem- colocar na agenda a via férrea do Vale do Sousa que, sabem eles e nós, nunca será feita, mas não dão um passo para resolver um problema de mobilidade tão premente como este?
E até atiramos para trás das costas o silêncio dos mesmos autarcas “obreiros” da genial ideia da via férrea do Vale do Sousa quando a AMP vai gastar 700 milhões a ampliar o metro.
Faz-se propaganda da miragem para ocultar o que, tão perto e tão importante, podia beneficiar a região. E entre estes concelhos, Paredes, o mais calado é o que mais podia exigir. Ou só aderiu à AMP para fazer número?