Por entre serras e montes no sul do concelho de Paredes fica a icónica freguesia de Aguiar de Sousa, que em tempos foi sede de concelho, em tempos era importante, em tempos…
Hoje vazia, deserta, sem alma, onde os sonhos perdidos vagueiam pelas ruas e caminhos, onde a noite ouve-se apenas o latir dos cães abandonados pelos vales.
Onde as ruas eram inundadas por jovens na total diversão, hoje são inundados apenas com recordações…eram tempos.
Eram tempos onde no rio corria água que com sede se podia beber. Mas a sua beleza continua lá, percorrendo as ruas facilmente percebemos que não estamos num sítio qualquer.
O primeiro momento é vislumbrar todos os recantos, há quem faça à designação de “mágica” e justiça seja feita, realmente há algo de especial neste aglomerado de casas espalhadas por cerca de 23km2.
A envolvência no meio das serras torna Aguiar de Sousa um sítio isolado mas as vistas são deslumbrantes, o silêncio, o ar puro.
Toda a freguesia é atravessada pela EN 319-2 que liga Recarei à estrada Marginal do Douro (EN 108).
Passando por Alvre, serpenteamos pela rua cercados pelo verde paisagístico até ao Parque Natural da Nossa Senhora do Salto, o ex-líbris da freguesia, um local cheio de emoções indescritíveis que absorvem qualquer um e não deixa ninguém indiferente, ficamos com a sensação que realmente somos mesmo pequenos perante o mundo.
Mais a frente do Salto, sai a EN 219-1 que atravessa o Lugar de Aguiar, talvez o local mais pitoresco da freguesia e segue em direção a S. Pedro da Cova (Gondomar).
Seguindo pela 319-2 encontramos a calmaria de Senande, considerando como centro estratégico da freguesia o lugar de Senande, onde se encontra a Igreja Matriz, dista 26 Km da sede do concelho (Câmara Municipal de Paredes). Seguindo em direção a Sarnada onde o tempo demora a passar e já perto do limite da fronteira concelhia com Gondomar encontramos Brandião, tudo é pura e simples magia.
Perdida no silêncio, que perdura no tempo, guardando longas e intermináveis histórias de uma freguesia, uma terra, uma vida.
Disseram-me uma vez que todos os caminhos vão dar a Aguiar de Sousa, talvez seja verdade, mas são caminhos perdidos e esquecidos no tempo onde apenas recordamos os tempos que eram tempos…
Hercilio Pacheco