Verdadeiro Olhar

Penafiel: Susana Oliveira anuncia saída da política ativa e anuncia demissão da Comissão Política do PSD

No comunicado enviado às redações, Susana Oliveira esclarece que o seu regresso à atividade política aconteceu exclusivamente para apoiar a candidatura de Alberto Santos à presidência da Câmara de Penafiel. “Fi-lo a convite do Dr. Alberto Santos, de forma completamente desprendida, motivada apenas pelo desejo de contribuir para uma candidatura vencedora às próximas eleições autárquicas, uma candidatura que, como sempre foi assumido, seria encabeçada por ele”, explica.

Contudo, com a nomeação do ex-presidente da autarquia para o Governo, esse objetivo deixou de fazer sentido e, com ele, também a sua permanência na política ativa. “Com a sua nomeação para o Governo, esse objetivo deixou de fazer sentido e, como tal, também a minha permanência na política ativa se torna desprovida de propósito”, sublinha.

Uma saída marcada por críticas ao processo interno do PSD

Apesar de afirmar que não será candidata nem avançará com qualquer movimento independente, Susana Oliveira não esconde o seu desagrado com o desenrolar do processo interno que levou à saída de Alberto Santos da corrida autárquica e à indefinição sobre o candidato da coligação Penafiel Quer.

Sem especificar nomes, a ex-vereadora afirma que “não se revê nem no método nem nas decisões que foram tomadas” e que “o desfecho deste processo e a forma como foi conduzido não correspondem aos princípios que defendo e que considero essenciais para uma ação política séria, transparente e respeitadora dos compromissos assumidos”.

A sua posição surge numa altura de forte instabilidade dentro do PSD de Penafiel, que há meses vive um braço de ferro entre o atual presidente da Câmara, Antonino de Sousa, e a estrutura concelhia do partido, liderada por Alberto Santos.

O conflito intensificou-se quando, há duas semanas, Pedro Cepeda, atual vice-presidente da Câmara e braço-direito de Antonino de Sousa, deu uma conferência de imprensa para manifestar publicamente a sua disponibilidade para ser candidato à Câmara Municipal, uma iniciativa que foi interpretada como uma tentativa de condicionar a decisão do PSD.

A própria Susana Oliveira já havia apontado críticas às movimentações de alguns militantes do partido, quando, há dias, reagiu publicamente à saída de Alberto Santos da corrida autárquica. “Já estávamos a tratar dos nossos candidatos e listas nas freguesias para a Coligação Penafiel Quer, mesmo sabendo de supostas listas independentes que nasciam com apoio de militantes do nosso Partido”, referiu na altura.

Convites de outras forças políticas e o futuro de Susana Oliveira

No comunicado, Susana Oliveira revela ainda que recebeu convites para integrar listas do PSD e também de outras forças políticas, além de incentivos para avançar com uma candidatura independente. No entanto, recusa qualquer um desses cenários, sublinhando a sua lealdade ao PSD.

“Sou militante do PSD há 20 anos e essa é uma identidade política da qual eu não abdico. Sou e serei sempre social-democrata, fiel aos valores que me guiaram ao longo do meu percurso político”, afirma.

A ex-vereadora diz que não tem qualquer intenção de integrar listas do partido, encabeçar movimentos cívicos ou avançar com qualquer candidatura. Em coerência com esta posição, decidiu apresentar a sua demissão da Comissão Política Concelhia do PSD de Penafiel, justificando que a sua participação nesse órgão estava diretamente ligada ao propósito do seu regresso à política ativa, que agora deixou de existir.

“A escolha dos(as) candidatos(as) às eleições autárquicas é da total responsabilidade da Comissão Política e quero crer que tomará a melhor decisão para corresponder à vontade e às necessidades de Penafiel e dos Panefidelenses”, acrescenta.

O impacto desta decisão no xadrez político de Penafiel

A decisão de Susana Oliveira representa um novo capítulo na crise interna do PSD de Penafiel. Com a saída de Alberto Santos e a indisponibilidade de Susana Oliveira, a Comissão Política Concelhia tem agora um desafio acrescido para encontrar um candidato que unifique as diferentes fações do partido, sendo certo que Pedro Cepeda, apesar de até agora ter sido fortemente contestado dentro do PSD, com muitos militantes a considerarem que representa a continuidade da liderança de Antonino de Sousa, parece ser o nome mais forte para encabeçar uma lista da coligação de direita.