Foi com entusiasmo que várias centenas de crianças do primeiro ciclo de Freamunde assistiram, ontem, na Casa de Teatro de Freamunde, a um espectáculo de teatro que teve como objectivo sensibilizar os mais novos para os perigos do uso do telemóvel durante a condução, numa iniciativa da Ascendi em parceria com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), a Guarda Nacional Republicana (GNR) e a Polícia de Segurança Pública (PSP).
Durante o espectáculo, que faz parte de um campanha intitulada “Patrulha Júnior ao serviço da população” dirigida a crianças, os intérpretes da peça de teatro, da companhia Décadas de Sonho, interagiram com os espectadores de palmo e meio, de uma forma divertida.
Com recurso a uma linguagem simples, deixaram vários conselhos sobre os perigos do uso dos dispositivos móveis no exercício da condução, transmitiram regras de trânsito e civismo na estrada e deixaram outras recomendações.
De forma lúdica e divertida, ao longo de vários minutos, os alunos de palmo e meio acompanharam com atenção as peripécias e o desenrolar da história, interagindo com os actores, respondendo com gestos, aplausos, dando gargalhadas, mostrando que se estavam a divertir.
No final da apresentação, as personagens convidaram os mais pequenos a subirem ao palco e na presença dos vários elementos da PSP e da GNR, assim como do vice-presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Paulo Barbosa, entregaram a cada uma das crianças um crachá/distintivo recrutando como agente da Patrulha Júnior cada uma das crianças e entregando o manual do Bom Agente, de forma a sensibilizar os mais jovens para alertarem os adultos para o seu comportamento enquanto condutores.
Leonor Alves, aluna do quarto ano do Centro Escolar de Freamunde, foi uma das muitas alunas que participou efusivamente nesta actividade e não ficou indiferente à peça.
“A peça foi muito divertida. Estamos sempre a interagir com os actores. Percebi que não se pode conduzir e estar com o telemóvel ao mesmo tempo. Além de perigoso, quem o faz pode provocar acidentes pondo em causa a sua vida e a dos outros”, frisou
Rodrigo Leal, aluno também do Centro Escolar de Freamunde, mostrou-se igualmente envolvido com a peça e os personagens.
“Gostei muito da peça. Diverti-me imenso e aprendi que não é seguro conduzir e estar com o telemóvel ao mesmo tempo”, sustentou.
Joaquim Liberal, coordenador do Centro Escolar de Freamunde, realçou a importância dos mais novos estarem conscientes das regras e dos usos indevidos destes dispositivos ao volante, assumindo que esta foi uma experiência gratificante para os alunos e uma lição diferente das que os mais novos habitualmente têm dentro da sala de aula.
“Fomos convidados pela Ascendi que fez uma proposta ao agrupamento escolar que aceitou de bom grado. Tratou-se de uma lição fora da escola, de cidadania, formação cívica. Estes são temas que os alunos já abordam dentro da sala de aula, mas quando são abordados de uma forma mais dinâmica, como aconteceu, apelativa, com música e com a dança a interacção, a entrega dos alunos é total e o envolvimento acabam também por serem maiores”, expressou, recordando que a arte e a música são instrumentos que concorrem para o despertar aquilo que é a nossa consciências sócia e cultural.
“Quanto mais os alunos puderem participar neste tipo de actividade mais conscientes e despertos ficam para estas questões”, afirmou, recordando que os alunos acabam, também, por funcionar como porta-vozes em casa, sendo um veículo privilegiado para passarem a informação aos mais velhos.
Laura Ribeiro, actriz da companhia Décadas de Sonho, reconheceu que os mais novos têm um papel determinante na transmissão deste tipo de conhecimentos, tendo esta actividade também como propósito incrementar comportamentos cívicos desde tenra idade.
“As crianças, regra geral, levam isto mais a sério que os adultos e esta peça tem esse objectivo levar os mais novos a alertar os pais para o uso indevido do telemóvel”, manifestou.
Telma Domingues, também da Décadas de Sonho, confirmou que a dimensão pedagógica que estas actividades envolvem são um instrumento privilegiado para consciencializar a comunidade e os condutores.
O autarca revelou que esta acção envolveu mais de 200 alunos.
“No âmbito do projecto educativo municipal temos feito alguma pedagogia junto das escolas na segurança rodoviária. Esta acção não teve qualquer custo para o município e vem de encontro ao trabalho que a autarquia tem realizado no domínio da segurança rodoviária com a participação de outras entidades e instituições”, aludiu.
A campanha de sensibilização e prevenção rodoviária envolveu diversas autarquias adjacentes à rede de autoestradas da Ascendi, nomeadamente Santa Maria da Feira, Estarreja, Lousada, Paços de Ferreira, Cabeceiras de Basto, Vouzela, Fornos de Algodres, Penela, Alvaiázere e Cascais (freguesia de Alcabideche).
A peça de teatro entrou oficialmente em digressão a 14 de Novembro e terminará a 9 de Dezembro de 2019. A iniciativa envolve as comunidades locais e prevê impactar directamente cerca de 5.000 crianças.
No âmbito da campanha, até 12 de Janeiro de 2020, será realizado um concurso a nível nacional que fomenta a criação de trabalhos sobre o tema “Segurança Rodoviária” com o foco na mensagem passada pela peça de teatro, concretamente os perigos do uso do telemóvel durante a condução.
Segundo a Acendi, o uso indevido do telemóvel durante a condução tem sido apontado como uma das principais causas de acidentes rodoviários em Portugal.
A mesma peça foi exibida esta sexta-feira no auditório da Escola Secundária de Lousada.