Várias centenas de seniores participaram, esta quarta-feira, na Quinta D´Além, em Bitarães na actividade “Vindimas”, uma iniciativa do Programa “Movimento Sénior”, do pelouro do Desporto da Câmara Municipal de Paredes e da Associação para o Desenvolvimento Integral de Lordelo e Centro Social de Cete, que teve como finalidade recriar o ambiente e a tradição das vindimas.
Com a azáfama que é comum a esta actividade, ao início da tarde de ontem, foram centenas os idosos que se adensaram por entre as folhagem que cobre as uvas e com as tesouras da poda em mãos deram início a um ritual que é comum a toda a região, nesta altura do ano.
“Foi a primeira vez que vim. Sei que no ano passado já se colheram uvas aqui na quinta, houve colegas minhas que participaram, mas o mais importante é o convívio”, disse salientando que para si não foi uma novidade.
Falando das vindimas do passado, Guilhermina Alves destacou, ainda, que era tradição a meio da manhã os homens e as mulheres que participavam na colheita pararam para aconchegarem o estômago.
Segundo esta idosa, nalgumas vindimas era, também, tradição os homens irem aos lagares, depois da apanha das uvas, vestindo para o efeito uns calções.
“Não foi a primeira vez que estive na quinta. No ano passado já tinha vindimado. É uma oportunidade para recordar tempos antigos até porque, quando era mais nova, já vindimava. Os meus pais tinham vinhas e toda a ajuda era necessária”, assegurou, afirmando que dantes as vindimas eram uma autêntica celebração, com o trabalho a iniciar bem cedo e os homens e as mulheres a terem tarefas bem definidas.
“Os homens, por terem mais força, andavam com os cestos e as escadas às costas. Já as mulheres colhiam os cachos e verificaram se não tinham deixado, por esquecimento, uvas para trás”, acrescentou.
“Além de ser uma tradição é uma actividade que mobiliza muitos idosos de diferentes associações e instituições do concelho que passam uma tarde diferente e têm a possibilidade de participar uma prática que é comum na nossa região”, expressou, salientando que a actividade teve como objectivo proporcionar aos seniores de como eram os tempos antigos e como se faziam as colheita das uvas.
Mónica Santos, directora técnica da ADIL – Associação para o Desenvolvimento Integral de Lordelo, frisou que esta actividade além de potenciar o contacto social, teve como propósito reviver tradições antigas e recordar o ciclo das vindimas desde apanha da uva à produção do vinho.
Sílvia Ferreira, directora técnica do Centro Social de Cête, enfatizou que todo o trabalho é realizado em ambiente de festa e convívio.
“Cada um dá o seu contributo e colabora na apanha das uvas, num ambiente em que a boa disposição, a alegria e o convívio estão sempre presentes”, avançou.
“Foi uma tarde vivida em pleno”, avançou.
A iniciativa contou com a presença de um grupo de música popular portuguesa.