O município de Paredes teve o maior número de incêndios de todo o país em 2018, avançou o ministro da Administração Interna, durante as cerimónias que marcaram os 90 anos dos Bombeiros Voluntários de Baltar.
“Até ontem foram registadas 337 ocorrências no município de Paredes. A Área Metropolitana do Porto e o Vale do Sousa são as zonas com maior número de ocorrências”, referiu Eduardo Cabrita. Segundo o governante, entre depois de Paredes, que lidera o número de ocorrências, estão ainda entre os 10 com mais ignições outros concelhos vizinhos, como Penafiel (em terceiro) e Gondomar (em sexto) além de outros três municípios da região.
“Este ano os bombeiros e a protecção civil fizeram um caminho notável de trabalho conjunto que permitiu que estas 337 ocorrências de Paredes tivessem uma área ardida quase irrisória. Isso deveu-se ao vosso esforço de limpeza da floresta, de prevenção e de resposta imediata”, defendeu o ministro, elogiando o trabalho dos bombeiros.
O objectivo é fazer melhor no próximo ano, e isso passará por um reforço das equipas de intervenção permanente e aposta no equipamento dos bombeiros, na limpeza da floresta e na prevenção primária com a criação de faixas de protecção e em mecanismos de auto-protecção, deu como exemplo. “Não se pode descansar sobre os resultados positivos”, argumentou. “Em Baltar percebe-se bem do que estamos a falar. Temos aqui uma exemplar corporação de bombeiros voluntários ao lado de uma estrutura de apoio de meios aéreos, de uma estrutura de formação de voluntários e uma equipa GIPS”, afirmou.
Eduardo Cabrita aproveitou ainda o momento para dar resposta aos Bombeiros que se têm vindo a manifestar contra a reforma em curso. “Os bombeiros voluntários têm autonomia e independência e não podem ser equiparados à GNR, à PSP ou às forças armadas, isso significaria a nacionalização dos bombeiros voluntários”, sustentou, dizendo que está em curso a “consagração de uma direcção autónoma de bombeiros com orçamento próprio e transparente no quadro da orgânica de protecção civil”. “Relativamente a essa matéria o diálogo é fundamental. Estamos de acordo com quase tudo o que são os desafios do século XXI”, acredita o ministro.
Reafirmando que os bombeiros “são a coluna vertebral da nossa protecção civil”, o governante afirmou que “a reforma da protecção civil é feita a olhar para o século XXI e concilia o reconhecimento do papel do voluntariado aos quais estão a ser dados mais meios e mais equipas de intervenção profissional com aquilo que é uma crescente coordenação de um sistema. Aquilo que a reforma prevê é a existência de um comando nacional de bombeiros com orçamento próprio”.