A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) apresentou, esta terça-feira, na sua sede, em Carnaxide, os dados do primeiro mês da Fase Charlie do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais de 2016, relativos ao mês de Julho.
Segundo os números apresentados pelo Comandante Operacional Nacional, José Manuel Moura, nove dos 10 concelhos com maior número de ocorrências estão no distrito do Porto, sendo que Paredes e Penafiel lideram a lista. Da região, constam deste ranking também Valongo e Lousada. Paredes surge ainda como um dos locais com maior valor de área ardida.
A ANPC realça que existiram mais ignições, com os 3.331 incêndios registados em Julho a superarem a média dos últimos dez anos, mas, por outro lado, a área ardida baixou para um terço da média do mesmo período.
Paredes está também entre os concelhos com mais área ardida
Naquele que foi considerado o segundo mês de Julho mais quente desde 1931, foram registados 3.331 incêndios florestais. Somados às ocorrências registadas desde o início do ano de 2016, foram já 5.058 o total de fogos.
Mas se o número de incêndios em Julho está acima da média dos últimos 10 anos, mas a área ardida foi “bastante inferior”, explicou a ANPC. Em 2016, o volume de área ardida foi de 7.532 hectares para uma média anual de 22.950 hectares no último decénio.
Em Julho, houve três dias – 24, 25 e 26 – em que o número de ocorrências diárias foi superior a 150 – 197, 196 e 153 -, o que dá uma média de mais de seis incêndios por hora.
O distrito do Porto volta a ser o que registou maior número de ignições – 1.044. Paredes lidera a lista de concelhos com mais situações registadas, 206, seguindo-se Penafiel, com 154, e Felgueiras, com 136. Entre os 10 concelhos com mais ignições estão ainda Valongo, com 91, e Lousada, com 83.
Já Paredes, figura ainda entre os concelhos com mais área ardida, cerca de 159 hectares, numa lista que é encabeçada por Castelo Branco, com 1.199 hectares.
Recorde-se que a fase Charlie, que decorre de 1 de Julho a 30 de Setembro, é considerada a mais crítica de combate a incêndios. Segundo a ANPC, estão no terreno um total de 9.708 operacionais, 2.235 equipas, 2.043 viaturas e 47 meios aéreos.