Verdadeiro Olhar

Paredes oferece livro “O Carrossel Daniel Faria e o Seu Mundo” a crianças e jovens do município

As crianças e jovens do município de Paredes vão receber o livro “O Carrossel Daniel Faria e o Seu Mundo”, do autor Nuno Higino. A oferta da publicação infantojuvenil, pretende ser uma homenagem ao poeta e será entregue pela autarquia, já no próximo ano letivo. As ilustrações da obra é de José Emídio e a edição tem a chancela do município de Paredes.

O poeta Daniel Faria (1971-1999), natural de Baltar, Paredes, morreu precocemente aos 28 anos, no dia 9 de junho. Recorde-se que, quando lhe pediram um auto-retrato, Daniel Faria escreveu que era “um rosto que há-de vir”.

Segundo o autor do livro, Nuno Higino, “toda a narrativa gira à volta do carrossel, um elemento essencial no seu imaginário poético”. Tata-se, então, de “uma construção biográfica”, que parte da obra do poeta.

Apesar de serem facilmente identificados lugares, pessoas e momentos, a intenção, “não foi investigar e desvendar o seu percurso vital, desde aquele domingo de Ramos em que nasceu, até à sua morte jovem”, mas foi através da sua poesia que foram encontrados que pareceram “significativos” ao autor que se refere a Daniel Faria como “uma personalidade fascinante que continua, 25 anos após a sua morte, a cativar leitores e admiradores.”

Aliás, há cerca de um ano, o Papa Francisco, no seu primeiro discurso em Portugal, no CCB, em Lisboa, no âmbito das Jornada Mundial da Juventude, citou Daniel Faria, um dos poetas imortais.

Refira-se que, a edição do livro “O Carrossel Daniel Faria e o Seu Mundo”, pelo município de Paredes, realiza-se em parceria com a Cooperativa Árvore, numa iniciativa promovida no âmbito do Plano de Ação para as Comunidades Desfavorecidas, ao abrigo do investimento do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, Plataforma Participativa “Cultura, Cidadania e Inclusão”.

Daniel Faria Daniel Faria nasceu em Baltar, Paredes, a 10 de abril de 1971. Frequentou o curso de Teologia na Universidade Católica Portuguesa, no Porto, tendo defendido a tese de licenciatura em 1996.

No Seminário e na Faculdade de Teologia criou gosto por entender a poesia e dialogar com a expressão contemporânea. Licenciou-se em Estudos Portugueses na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, sendo que, durante esse período (1994-1998), a opção monástica criava solidez.

A partir de 1990, e durante vários anos, esteve ligado à paróquia de Santa Marinha de Fornos, em Marco de Canaveses. Aí demonstrou o seu enorme potencial de sensibilidade criativa encenando, com poucos recursos, As Artimanhas de Scapan e o Auto da Barca do Inferno. Faleceu a 9 de junho de 1999, quando estava prestes a concluir o noviciado no Mosteiro Beneditino de Singeverga.