A partir de 2025, Paredes vai ter um Museu do Mobiliáro que vai ficar instalado em Vilela, mais concertamente, no mosteiro que vai ser recuperado e requalificado, num investimento de três milhões de euros.
O auto de consignação da empreitada foi firmado este domingo e o projeto inclui espaços “para exposições permanentes e itinerantes”, para além de zonas “para a realização de workshops”, assim como uma área de “cafetraia, restauração e esplanadas” e que vão representar “a simbiose entre a cultura e o lazer”, referiu o autarca de Paredes.
Para Alexandre Almeida “não fazia sentido ter uma espaço como este”, que é “talvez o edifício mais bonito de Paredes, fechado. Era preciso abri-lo para que as pessoas pudessem usufruí-lo, não só por fora, mas também por dentro”.
O autarca considerou também que este museu “será uma referência, não só nacional, mas também internacional” e vai mostrar “o que melhor representa a nossa identidade – o mobiliário”.
O futuro museu será ainda “um ponto de partida” para o município começar a apostar no “turismo industrial”, onde serão elencadas as fábricas de móveis do concelho, assim como “artesãos” da região.
Alexandre Almeida abordou ainda um outro projeto da edilidade, que envolve a criação de um “parque temático da madeira”. O projeto ainda está em fase inicial, estando o município a “estudar locais” onde possa ficar aquartelado, “quem sabe se não será aqui, em Vilela”, concluiu.
O Museu do Mobiliário era uma obra que já deveria ter saído do papel no mandato anterior, mas a falta de financimento não o permitiu, sendo que agora já estão garantidas as verbas, disse ainda o autarca.
Já a presidente da Junta de Freguesia de Vilela, Mariana Machado Silva destacou o facto de esta ser uma obra que “há muito era ansiada pela população e que começou “com a aquisição do edifício (em 2006), no anterior executivo”. Hoje, prosseguiu, “foi dado mais um passo para que o Mosteiro de Vilela possa abrir as suas portas à comunidade”.
O projeto do Museu da Madeira é da autoria de Rui Dinis e Henrique Marques, arquitetos de Paredes, do gabinete Spaceworkers, que revelaram ao Verdadeiro Olhar que a ideia de requalificação do espaço “foi desafiante”, uma vez que “intervir em património é sempre complicado”, porque está “sujeito a uma série de pareceres externos, de várias entidades”.
Ainda assim, e segundo Henrique Marques, a ideia desta criação passou, na sua gênese, por “devolver” o imóvel “à freguesia e à cidade”, e foi sempre esse pensamento que norteou os traços desta dulpa que “readaptou o mosteiro”, imprimindo-lhe “conforto”.
Também Rui Dinis destacou que esta intervenção “não se vai sobrepor ao que já existia”. Aliás, houve o cuidado de “limpar algumas adições que existiam e que foram feitas ao longo dos anos”, o que fez com que fosse quase “um trabalho de curadoria”, ou seja, “limpar o edifício e adequá-lo” ao espaço que a autarquia queria criar.