Arranca em Fevereiro a construção do novo Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia do Município de Paredes. A empreitada, orçada em 206.845 euros (mais IVA), tem um prazo de execução de 180 dias.
O novo canil ficará em Cristelo, próximo das instalações do antigo, e permitirá alojar em simultâneo 42 cães e 24 gatos. Terá melhores condições que o espaço actual, adianta a autarquia.
“A obra contempla a construção de um moderno Centro de Recolha Oficial de Animais com melhores condições do que o actual Centro de Recolha de Canídeos. A nova estrutura está preparada para o alojamento de cães e gatos. Para além das boxes dos animais, o espaço estará dotado ainda de estruturas de suporte que permitirão uma melhor resposta às necessidades do concelho e dos animais alojados, nomeadamente, jaulas de isolamento/quarentena e zonas para exercício exterior e passeio dos animais”, descreve a Câmara Municipal em resposta ao Verdadeiro Olhar.
“Esta obra pretende dotar o município de um equipamento que permita dar resposta às necessidades do concelho no âmbito da promoção da saúde e segurança pública e saúde e bem-estar animal, no entanto, a capacidade de alojamento estará sempre limitada à lotação da estrutura. A adopção, a redução da natalidade destes animais e a detenção responsável são imprescindíveis para que exista uma redução efectiva de animais errantes e diminuam os casos de maus-tratos e abandono”, aponta a autarquia.
Actual espaço sem capacidade de resposta
O actual centro de recolha não tem capacidade de resposta às ocorrências, admite o município. Actualmente estão lá alojados 17 cães.
Segundo a autarquia, com a legislação que proibiu a eutanásia veio também uma “redução da adopção, uma vez que a eutanásia dos animais alojados deixou de ser uma preocupação social”, a par de um “aumento de procura para a entrega de animais, pela mesma razão”.
“Com a redução da adopção e a incapacidade de recolha de animais verificou-se um aumento de animais nas ruas, bem como um aumento da recolha de animais em fim de vida, vítimas de atropelamento e traumas decorrentes da permanência nas ruas sem vigilância. Felizmente temos beneficiado do apoio de munícipes que dedicados à causa animal ajudam na divulgação dos animais recolhidos, ou que se encontram na via pública, e conseguimos promover a adopção”, refere a mesma fonte.
367 animais adoptados e 50 eutanasiados em 2020
A Câmara de Paredes diz que tem campanhas contínuas de promoção de adopção, em que oferece vacinação, identificação electrónica e esterilização.
Em 2020, foram recolhidos 425 animais, sendo que 367 foram encaminhados para adopção e 50 eutanasiados. São sobretudo cães. “Como o centro não tem gatil, apenas se recolhem gatos que se encontrem em fim de vida, na sua maioria vítimas de atropelamento”, informa o município.
Confrontada com os dados de eutanásia animal de 2019, que colocavam Paredes como o quinto concelho do país com mais animais abatidos, a autarquia explica que “a capacidade reduzida de alojamento de animais leva a que a decisão de recolha seja extremamente minuciosa e esteja reservada a situações de sofrimento animal ou quando é colocada em risco a saúde e segurança pública de forma comprovada”.
“Sem capacidade de alojamento, frequentemente não é possível recolher animais saudáveis e facilmente adoptáveis, no entanto, os animais em sofrimento e em fim de vida são sempre recolhidos com a maior brevidade possível. É para nós prioritário assegurar que os animais não morram em sofrimento na via pública”, salienta a mesma fonte.
Os dados de 2019, quando 86 animais foram eutanasiados em Paredes, são justificados por “um aumento da recolha de animais gravemente doentes na via pública, com sinais de abandono recente o que se suspeita resultar das restrições impostas por lei para entrega de animais para eutanásia”.
A Câmara ressalva ainda assim que, nesse ano, na região “Paredes teve um maior número de animais capturados, o maior número de animais vacinados, o maior número de animais esterilizados e o segundo maior número de animais adoptados”.