A prometida aquisição do edifício da Adega Cooperativa de Paredes para construir um auditório com até 600 lugares e um centro de congressos e eventos vai concretizar-se através de uma expropriação urgente aprovada, esta quarta-feira, em reunião de executivo. Depois de ser também aprovada em Assembleia Municipal e de ser notificada a direcção da cooperativa, a Câmara de Paredes espera que o processo decorra de forma “amigável”.
O objectivo é candidatar a obra a fundos comunitários, ainda no quadro de apoios em vigor. É isso que justifica a urgência da expropriação, assim como as questões de segurança que o edifício tem levantado.
Objectivo é aproveitar a estrutura do edifício e reabilitá-lo
O edifício está num “espaço nobre da cidade”, sendo que as antigas instalações da Adega Cooperativa, abandonadas há vários anos, estão “obsoletas” e “deterioradas”, afirmou Alexandre Almeida. “A Adega Cooperativa já não pretende essas instalações para continuar a sua actividade”, sustentou o autarca. Além disso, o imóvel tem colocado problemas de segurança. “Há questões de risco à população porque já tivemos de ir lá mais do que uma vez meter cadeados. Havia pessoas a entrarem lá que punham em risco a sua integridade física”, explicou o presidente da Câmara.
A avaliação orçou aquele património em 779 mil euros. “O valor está dentro do que a Cooperativa no passado queria para vender aquilo. Estou convicto que vai terminar numa expropriação amigável”, adiantou o autarca aos jornalistas.
O projecto só pode ser elaborado depois de efectivada a compra, mas o objectivo é construir ali “um auditório para 500 a 600 pessoas e um centro de congressos e eventos, que faz falta à cidade”. Ainda sem ideia de qual o investimento necessário, Alexandre Almeida adianta que se tratará de um projecto de requalificação do edifício existente, mantendo a estrutura, e que a estimativa aponta que, só para as demolições do interior serão necessários entre 200 a 250 mil euros.
“Este é um projecto para prepararmos. Estamos a reivindicar fundos comunitários para ele ainda neste quadro comunitário de apoio. O que tínhamos para a Reabilitação Urbana esgotamos com o Pavilhão das Laranjeiras e reabilitação de escolas. Estamos a pedir à CCDRN para alocar fundos da Mobilidade para a Reabilitação Urbana. Logo que consigamos essa mudança e que o projecto esteja feito queremos avançar”, adianta Alexandre Almeida, assumindo que não será neste mandato. Primeiro está a reabilitação do Complexo Desportivo das Laranjeiras e a construção da Piscina ao Ar Livre no Parque da Cidade.
Alexandre Almeida acredita que está a “resolver um problema” da Adega Cooperativa
Depois desta aprovação, em reunião de executivo, o autarca diz que serão encetados contactos com a direcção da Adega Cooperativa, embora o documento ainda tenha de passar pelo crivo da Assembleia Municipal, no final deste mês. Só depois a Cooperativa será oficialmente notificada da expropriação e a Câmara toma posse do imóvel.
“Aí ou eles aceitam o valor e a escritura é feita de forma amigável. Ou, se não aceitarem, temos de depositar aquele valor e depois discutir em tribunal”, disse.
“Haverá mais de 300 mil euros de que os associados são credores. Depois de saldados os créditos, o restante valor da expropriação ficará para a Adega Cooperativa. Nós próprios estaremos na disposição de ajudar a Cooperativa em projectos futuros. Vão ficar com saldo para apoiar os agricultores da forma que entenderem”, sustentou.
“Também sabemos dar os parabéns quando as propostas são meritórias. Vamos votar favoravelmente e congratulamo-nos com a proposta feita, não por ser um processo expropriativo, mas porque se pretende revitalizar um edifício na zona central do concelho”, afirmou o vereador Rui Moutinho, do PSD, durante a reunião de executivo.