O antigo dono da WoodOne, a mulher e o filho e uma ex-funcionária do serviço de Finanças de Paredes, que é actualmente jurista na Câmara Municipal de Paredes, estão entre os sete detidos, esta quarta-feira, pela Polícia Judiciária, numa mega-operação. São suspeitos de crimes de branqueamento, fraude fiscal qualificada, fraude na obtenção de subsídio e insolvência dolosa. Os outros detidos são um contabilista, um funcionário e um sócio-gerente de empresas criadas no seguimento da insolvência que terão agido como “testas de ferro”.
Segundo o jornal Público, a investigação, baseada numa denúncia anónima de que os fundos comunitários para a renovação desta empresa, sediada em Paredes, tinham sido obtidos de modo fraudulento, começou há dois anos.
Tudo passava por um esquema de emissão de facturas fraudulentas para alegada aquisição de equipamentos industriais. “Apurou-se que o arguido, com a comparticipação principal de outros arguidos dentro da sua esfera familiar, orquestrou um plano que consistia em simular a aquisição de equipamentos ou máquinas industriais como novas, quando na verdade se tratava de equipamento usado, sendo o seu valor real bastante inferior ao declarado nas facturas”, explica a PJ.
A investigação concluiu que os 3,1 milhões de euros foram usados para proveitos pessoais, sendo desviados para “a esfera patrimonial do casal e do filho” e para criar outras sociedades com “testas de ferro” depois de a empresa entrar em insolvência, avança o Público.
A empresa acumulou um passivo de 10 milhões de euros e a insolvência acabou decretada. As instalações da WoodOne, empresa especializada na produção e comercialização de mobiliário escolar, de escritório, hotelaria, lares e bibliotecas, instalada em Lordelo, acabaram vendidas em leilão e foram adquiridas por uma empresa de Lousada.
Recorde-se que a operação policial “Prazo Final” envolveu cerca de 70 investigadores da Directoria do Norte da Polícia Judiciária e inspectores tributários da Direcção de Finanças do Porto da Autoridade Tributária. Segundo a PJ, foram realizadas 22 buscas domiciliárias e não domiciliárias nos concelhos de Paredes, Paços de Ferreira, Vila Nova de Gaia, Vila do Conde, Santa Maria da Feira e Matosinhos. A PJ apreendeu várias viaturas automóveis, equipamentos informáticos e telemóveis e variada documentação de natureza contabilística e fiscal.
Os sete detidos, cinco homens e duas mulheres, têm idades compreendidas entre os 25 e os 50 anos.
Os detidos são presentes ao juiz do Tribunal do Marco de Canaveses esta quinta-feira.