Verdadeiro Olhar

Paços de Ferreira é onde há menos perdas de água e Lousada onde há mais

Por ano, perdem-se, aproximadamente, 180 milhões de metros cúbicos de água nas redes de 258 municípios, o que corresponde a deitar fora cerca de 90 milhões de euros. Este volume de água desperdiçado dava para encher cerca de 197 piscinas olímpicas por dia, diz a Deco.

“E muito mais água se perderá para além deste valor, tendo em conta os 20 municípios que desconhecem o volume desperdiçado”, sustenta a Deco. A mesma fonte, adianta que a perda destes milhares de litros de água perde-se “no armazenamento, no transporte e na distribuição”.

O concelho onde há mais perdas de água registadas é Macedo de Cavaleiro, com 642 litros de água perdidos por ramal e por dia, mostra uma lista dos 15 piores casos, revelada pela Deco, com base em dados da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR). Em Santo Tirso e Trofa, situa-se o melhor exemplo: 13 litros perdidos, por ramal e por dia.

Para um município obter boa avaliação neste indicador, as perdas de água devem ser inferiores a 100 litros por ramal e por dia. É o que acontece na maioria dos municípios da região.

Dados da ERSAR

Aquele em que se registam menores perdas de água é Paços de Ferreira, com 30 litros por ramal/dia. Segue-se Penafiel, com 58 litros por ramal/dia. Empatados estão Paredes e Valongo, ambos com 84 litros por ramal/dia. Nestes concelhos, a ERSAR considera que o volume de perdas reais por ramal tem uma qualidade “boa”. O único caso em que a qualidade é “insatisfatória” é Lousada. Neste município, as perdas são de 169 litros de água por ramal/dia.

Segundo a Deco “a reabilitação de condutas com mais de dez anos é insatisfatória em 200 municípios. E o facto de as entidades gestoras não renovarem as condutas mais «antigas» poderá levar ao colapso das mesmas, dando origem a avarias e a perdas de água da rede”.

“Do ponto de vista ambiental e social, a água perdida ao longo do transporte, em condutas e ramais, até chegar às habitações, é o reflexo do uso ineficiente de um recurso natural. Além do mais, referimo-nos a água já tratada. Por essa razão, há um duplo impacto negativo. Primeiro, pelo facto de se tratar de um recurso escasso e, segundo, por haver uma perda económica para a entidade gestora, dado já ter investido no tratamento”, sustenta em comunicado.

Realça ainda que estando em causa 180 milhões de metros cúbicos de água por ano, esta quantia tão elevada não deve repercutir-se na factura cobrada ao consumidor.