Não foi no final de Outubro, como era esperado, que terminaram as tão ansiadas obras de remodelação e ampliação da ETAR de Arreigada, em Paços de Ferreira.
O presidente de Junta de Lordelo fala em atraso, a Câmara de Paços de Ferreira, responsável pela empreitada de 5,1 milhões de euros, diz que só não conseguiram antecipar a conclusão, como queriam, estando a obra a cumprir os prazos.
Segundo a autarquia pacense, a nova ETAR de Arreigada estará concluída a 30 de Novembro, “quer a parte da construção civil quer a instalação mecânica”. “Faltam apenas alguns elementos mecânicos, sendo que a ETAR entra em funcionamento, faseadamente, conforme o rigor técnico, por se tratar de um processo novo”, acrescenta a mesma fonte.
Questionado sobre o atraso, o município sustenta que a obra cumpre os prazos. “Não houve atrasos, houve sim a vontade de antecipar o prazo, razão pela qual se apontava Outubro/Novembro, mas foi de todo impossível dada a complexidade da obra. Sublinhe-se que a obra estará concluída dentro do prazo contratualmente estabelecido com o empreiteiro”, alega a Câmara.
O presidente de Junta de Lordelo, a freguesia em Paredes que foi mais afectada pelas descargas realizadas ao longo dos últimos meses, apenas com tratamento primário, que transformaram o Rio Ferreira, na localidade, num “esgoto a céu aberto”, garante que não está a ser cumprido o prazo. “O que sempre me foi dito é que ficava pronta no final de Outubro. Há um atraso”, sustenta.
Depois de meses com água turva, lodos, cheiros nauseabundos e, muitas vezes, dejectos visíveis no leito do rio, o problema vai manter-se até ao final de Novembro, lamenta.
A chegada das chuvas, assume Nuno Serra, aumentou o caudal e dissipou o mau cheiro, só que “a poluição continua”. “A chuva está a atenuar o problema, mas ele continua lá”, frisa o presidente de junta.
“A população continua a questionar quando termina a obra. Está tudo ansioso para que este tormento acabe”, refere.
Quanto ao grupo de acompanhamento criado para acompanhar a evolução da obra, perante as queixas constantes da população de Lordelo, o presidente da junta diz que “foi só para a fotografia” e que “não serve para nada”.
Recorde-se que o problema das descargas provocadas pela ETAR de Arreigada, um equipamento com 27 anos obsoleto e a funcionar acima da capacidade, existe há décadas, mas a poluição agravou com a realização da obra.
A Junta de Freguesia de Lordelo mantém, em tribunal, processos contra a Câmara de Paços de Ferreira e a concessionária, a Águas de Paços de Ferreira. O objectivo é que reponham a fauna e flora do rio quando a ETAR for concluída.