Várias dezenas de alunos participaram, esta manhã, num “showcooking” de culinária vegetariana, na Escola Profissional Vértice, em Paços de Ferreira. A iniciativa, integrada no Ano Municipal do Ambiente e da Cidadania, contou com a presença da formadora Helena Meireles, natural de Figueiró.
Apesar do desconhecimento, dos mitos e muitos preconceitos que alguns alunos admitiram ter relativamente à dieta vegetariana e aos ingredientes que a compõem, outros afirmaram que gostavam de experimentar a comida vegetariana.
Dentro de uma sala da Escola Profissional Vértice e com o olhar fitado numa mesa improvisada repleta de produtos (na sua maioria frutas, cereais, leguminosas, oleaginosas, tubérculos e verduras), os formandos seguiram “in loco” a confecção de várias receitas, enquanto ouviam as explicações da formadora Helena Meireles.
“Nunca experimentei as receitas vegetarianas, mas pelo que vi, hoje, aqui, há imensos produtos que podemos usar no dia-a-dia como forma de combater a comida e os alimentos processados”
“Nunca experimentei as receitas vegetarianas, mas pelo que vi, hoje, aqui, há imensos produtos que podemos usar no dia-a-dia como forma de combater a comida e os alimentos processados”, disse, realçando a importância da escola dar a conhecer outras alternativas mais benéficas para a saúde e para o ambiente.
“Acho que esta tipo de actividades são importantes independentemente de gostarmos ou não deste género de receitas. Contribuem para abrirmos os horizontes, dar-nos a conhecer outras realidades e constituem um alerta para a necessidade de alteramos os nosso hábitos e consumos sob pena de estarmos a colocar causa o nosso futuro, o dos outros, assim como o equilíbrio ambiental”, expressou.
“Já tinha ouvido falar da dieta vegetariana, mas sinceramente acho que não era capaz de experimentar porque não gosto de legumes e de muitos dos ingredientes que integram este tipo de comida”, atalhou, ressalvando no, entanto, a importância da actividade e o facto das dietas vegetarianas serem já uma opção seguida por muitas pessoas, que têm uma filosofia diferente da maioria relativamente à gestão dos recursos humanos, do ambiente e ao respeito pelos animais.
Patrícia Santos, aluna da Escola Profissional Vértice, admitiu, também, ser uma leiga neste tipo de dietas, mas admitiu ter vantagens para a maioria das pessoas.
“Além da variedade, acho que as receitas, pelo que vi na demonstração, têm um aspecto delicioso e só provando sei se efectivamente ter uma opinião sobre este tipo de dieta”, afirmou, concordando que este tipo de receitas além dos ganhos para a saúde, estas receitas têm uma preocupação com os recursos e a consciência ambiental.
“A escola tem já instituído o Dia da Alimentação Saudável, um mês dedicado à saúde e à alimentação e outras actividades de âmbito social, pelo que tudo o que sejam actividades que promovam uma melhor qualidade de vida, a sustentabilidade ambiental e a saúde têm o nosso acolhimento”
O director pedagógico da Escola Profissional Vértice, Filipe Lopes, realçou que a escola tem já há muito uma política direccionada para as questões da cidadania e do ambiente.
“Ainda esta quinta-feira realizamos a entrega de garrafas de água no âmbito da poupança e da reciclagem dos plásticos, mas a escola tem já instituído o Dia da Alimentação Saudável, um mês dedicado à saúde e à alimentação e outras actividades de âmbito social, pelo que tudo o que sejam actividades que promovam uma melhor qualidade de vida, a sustentabilidade ambiental e a saúde têm o nosso acolhimento”, sustentou, reconhecendo que estes temas fazem parte do ADN da escola.
O responsável pela direcção da Escola Profissional Vértice defendeu, também, que a instituição tem-se notabilizado por tratar vários assuntos de índole social, nomeadamente a questão financeira, os temas interculturais, sendo a Vértice a única escola intercultural do Vale do Sousa, a questão da saúde da mental, temas relacionados com a amnistia internacional e outros assuntos de interesse para a comunidade lectiva.
“O nosso objectivo passa por replicar estas actividades de forma a que tenham também feedback na comunidade em que estamos inseridos e que sejam os próprios alunos agentes e transformadores dessa mudança junto dos pais e encarregados de educação”, concretizou.
“O consumo de carne é um grave problema ambiental que todos teremos de enfrentar e os nossos alunos e a comunidade em geral não está muito sensibilizada para a comida vegetariana”
Caroline Gomes, docente na Escola Profissional Vértice, ressalvou, por seu turno, que é cada vez mais urgente combater o consumo desenfreado de carnes e produtos processados.
“O consumo de carne é um grave problema ambiental que todos teremos de enfrentar e os nossos alunos e a comunidade em geral não está muito sensibilizada para a comida vegetariana. As pessoas desconhecem a maior parte dos ingredientes, que há receitas saborosas que podem ser confeccionadas sem a utilização da carne e o nosso objectivo com esta actividade é, também, dar a conhecer esta realidade assim como a questão do consumo da água. Os jovens, hoje, consomem imensos açúcares e comida processada”, afiançou, ressalvando que é fundamental reeducar os alunos para uma educação mais saudável que proteja o meio ambiente.
“É preciso alterar hábitos e padrões alimentares e isso tem que ser feito bem cedo. A educação para a saúde, para uma educação saudável a educação para as questões ambientais têm que ser trabalhadas nas escolas de forma transversal, em todas as disciplinas. Não é por acaso que o Ministério da Educação definiu como obrigatório tratar estas questões ao nível curricular e nós já fazemos isso há muito tempo. O nosso Plano Anual de Actividades é um plano flexível, integra temas diversos, está aberto à comunidade e integra por ano um total de 70 actividades”, asseverou.
“Estas iniciativas só têm impacto e alcance se forem posteriormente observadas e cumpridas pela comunidade”, atalhou.
Refira-se que a Escola Profissional Vértice tem cerca de 180 alunos, que estão divididos pelo ensino básico e secundário. A escola integra além dos cursos de educação e formação, os cursos de ensino profissional.
A instituição de ensino tem 27 anos e tem uma taxa de empregabilidade elevada mantendo uma estreita articulação do tecido empresarial do concelho e da região.