Verdadeiro Olhar

Paços de Ferreira: “Ou se faz uma coisa de raiz ou não vale a pena” – Humberto Brito sobre ETAR de arreigada

A ETAR da Arreigada, em Paços de Ferreira, tem de voltar a ser construída de raiz foi o que disse o presidente da autarquia, Humberto Brito, ontem, no Parlamento, na Comissão de Ambiente e Energia, num investimento quer ronda os 20 milhões de euros.

Recorde-se que, há muitos anos que aquela estrutura afeta as populações da zona onde está localizado aquele equipamento, sobretudo os morados de Lordelo, em Paredes. O mau cheiro e os insetos são uma constante. Devido a essa situação, a estão de águas residuais foi alvo de uma intervenção, num investimento de cinco milhões de euros, mas, a verdade, é que os problemas não foram sanados.

Ontem, o autarca, citado pelo JN, explicou à comissão que a ETAR começou a funcionar, chegou à capacidade de tratamento de 80% mas, efetivamente, nunca chegou a atingir os valores para os quais tínhamos  contratado o projetista, o empreiteiro e, também, a introdução da tecnologia”.

Para Humberto Brito, a solução passa então por construir uma estrutura de raiz que, e segundo um estudo já realizado, custará cerca de 20 milhões de euros. “Ou se faz uma coisa de raiz nova ou não vale a pena”, admitiu o autarca. Para já, foi instalado um sistema provisório, que não resolve o problema, mas “ajuda a mitigar as consequências”. 

Em agosto de 2024, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) abriu um aviso para apoiar a resolução de “passivos ambientais graves” nas ETAR de Barcelos, Valongo, Paços de Ferreira, Maia e Oliveira de Azeméis, que tem uma verba de 45 milhões de euros. 

Na passada sexta-feira, Humberto Brito reuniu com os jornalistas para dizer que a empresa Águas de Paços de Ferreira ia apresentar o projeto e candidatura de “construção e requalificação” da ETAR de Arreigada, o que terá que ser feito até ao dia 31 de março, tal como foi noticiado pelo VERDADEIRO OLHAR.

Neste encontro, o autarca recordou que, em 2023, a Câmara de Paços de Ferreira, interpôs uma ação judicial, não só contra o projetista, mas também contra o empreiteiro e a empresa que forneceu o material. “Para além de pretender esclarecer as razões do não funcionamento da ETAR em conformidade com o projeto”, a Câmara reclama “uma indemnização pelos danos sofridos”, pretendendo que .A Câmara Municipal pretende que lhe seja pago o valor para a construção de uma nova ETAR ou o valor que corresponde ao investimento feito pelo município, de cerca de cinco milhões, por “danos sofridos”, como esclareceu o advogado da Câmara Municipal.

Autarca receia que a verba disponibilizada não seja suficiente e pediu ajuda à Assembleia da República

Ontem, junto da comissão, o edil mostrou preocupação com a verba disponibilizada para o seu município que não seja suficiente. “Tive reuniões com a CCDR-N, no sentido de sabermos se havia ou não financiamento para termos 20 milhões. Além disso, procuramos que fosse a concessionária a fazer a obra e não a Câmara Municipal”, adiantou Humberto Brito, citado pelo JN.

O autarca acrescentou, ainda, que apesar de todos os esforços, será difícil cumprir a data limite (31 de março) para submeter a candidatura ao aviso da CCRD-N, uma vez que o processo é “penoso” e “muito burocrático”, pedindo ajuda à Assembleia da República.