Verdadeiro Olhar

Paços de Ferreira: Ermelinda “Castiça”, a mulher que viveu pelos outros, está agora eternizada na terra que amou

Uma mulher com “uma alegria estonteante, contagiante, de uma dedicação incalculável e irrepetível” e que trabalhou pela comunidade, sempre com uma postura de “simplicidade e humildade”. Foi assim que Joaquim Sérgio, presidente da Junta de Freguesia de Frazão e Arreigada, descreveu Ermelinda Cunha, mais conhecida como “Castiça” que tem, a partir de agora, um Auditório com o seu nome.

A “mulher do povo” que sempre trabalhou para o povo fica agora eternizada num espaço que pretende ser de “partilha” e de “manifestação cultural”. Porque é impossível esquecer a mulher que, “de saco em punho”, fazia peditórios, como forma de manter viva a tradição ou tradições da terra, frisou ainda Joaquim Sérgio, acrescentando que, “associar esta casa à Castiça é obrigar a que esta obra se perpetue” para lá do tempo.

Auditório Ermelinda Castiça Foto/Junta de Freguesia de Frazão (DR)

Presente na inauguração esteve também o presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, Humberto Brito, que frisou que Ermelinda foi um “exemplo” de “vida e de transmissão de valores, que ainda hoje são importantes”, como sejam a generosidade e a “dedicação aos outros e à causa pública”, sempre movida por uma vontade de “servir a comunidade”. Por tudo isto, foi e continuará a ser “uma figura ímpar que nos honra e orgulha”, porque estava presente “onde fosse necessário”.

Uma das presenças de destaque nesta inauguração foi a ministra da Juventude e da Modernização, Margarida Balseiro Lopes, que disse que “quem tem a capacidade de juntar tantas pessoas, mesmo já não estando entre nós, tinha mesmo que ser uma pessoa especial”.

Ermelinda “Castiça” nasceu no dia 17 de dezembro de 1928 e partiu a 1 de maio de 2019, tornando-se cidadã honorífica da freguesia.

A Junta de Freguesia num texto de homenagem a Ermelinda Cunha escreveu: “a nossa Castiça partiu, mas deixou-nos uma marca indelével. Estará perpetuada em cada um de nós pelo seu exemplo, pelo seu serviço às causas comunitárias, pela sua atitude perante a vida. A Castiça procurou sempre dar-se, dar de si, dar-se a si própria. A Castiça fez da sua simplicidade e brejeirice apanágios da sua personalidade. Obrigado Castiça, tal como no seu funeral, hoje rufam os tambores, porque nós vamos continuar a “pidir”.