Quem manda na Câmara Municipal de Lousada não é o presidente eleito, Pedro Machado, mas o presidente do PS Lousada, José Santalha. A crítica foi, mais uma vez, repetida pela coligação Lousada Viva, em conferência de imprensa. Segundo os vereadores da oposição Pedro Machado é um “mero instrumento político”, sendo José Santalha quem “realmente manda, decide e impõe” o que fazer.
Entre outras acusações, os eleitos do PSD/CDS-PP diz que o executivo socialista é “uma comissão de festas permanente” e que prefere “esbanjar dinheiro em festas e festinhas”. No ano que agora finda a Câmara gastou mais de meio milhão de euros em festas e festinhas”, sustentam.
José Santalha é quem “realmente manda” na autarquia lousadense
Depois de dois anos em que quase não emitiu opinião pública, para “dar espaço ao novo presidente da câmara para pôr em prática o seu projecto”, a coligação Lousada Viva realizou, na sexta-feira, uma conferência de imprensa em que fez um balanço dos dois primeiros anos de mandato autárquico e deixou algumas críticas.
A oposição diz que não desistiu de Lousada e recordou as muitas propostas, sugestões e recomendações feitas nestes dois anos que não foram, no entanto, aceites ou concretizadas pela maioria socialista. Exemplos disso, são a diminuição do IMI para a taxa mínima; a redução da taxa do IRS a que a câmara tem direito em 50%; a construção da área de acolhimento empresarial de Caíde de Rei, a requalificação dos centros urbanos de várias freguesias; a conclusão do pavilhão desportivo do Valemesio e a modernização do parque desportivo de Macieira; e a pavimentação de ruas, instalação de água e saneamento e colocação de iluminação pública em várias freguesias, referiram.
Mas o executivo de Pedro Machado prefere “esbanjar dinheiro em festas e festinhas”, acusam os vereadores do PSD/CDS-PP. “Este executivo socialista da Câmara de Lousada é, cada vez mais, uma comissão de festas permanente. A sua principal vocação é a de entreter o povo. No ano que agora finda a Câmara gastou mais de meio milhão de euros em festas e festinhas”, criticam Leonel Vieira, Agostinho Gaspar e Cândida Novais.
A coligação vai mais longe e reitera uma crítica que já não é nova e em que vem insistindo desde o início do mandato: “José Santalha, presidente do PS/Lousada, é o efectivo presidente da Câmara Municipal de Lousada”, enquanto Pedro Machado se limita a ser “o presidente da comissão de festas”. A oposição sustenta que, apesar de não ter sido eleito nem nomeado para nenhum cargo, José Santalha é quem “realmente manda” na autarquia lousadense, sendo ele que reúne com os munícipes e com os presidentes de junta, dá ordens aos funcionários, e contacta com empreiteiros e fornecedores, entre outros. “Quem conhece o funcionamento da câmara sabe que isto é verdade. É ele que manda, decide, impõe e diz a Pedro Machado o que deve ou não fazer. Isto é lamentável e preocupante”, argumentam os eleitos da coligação. “Pedro Machado é um mero instrumento político” e com as últimas eleições não começou um novo ciclo, mantém-se o mesmo e dura há 26 anos, acrescentam.
Há “uma diferença clara de tratamento entre juntas de freguesia
Preocupada com o rumo do concelho, a oposição critica a falta de captação de investimento, a politização do combate à pobreza, o desinvestimento nas instalações da rede de água e saneamento, e a falta de planeamento na construção dos centros escolares. “Há centros escolares que vão encerrar brevemente por falta de alunos”, afirma Leonel Vieira. Um deles será o Centro Escolar de Barrosas Santo Estevão, um investimento que quase dois milhões de euros com oito salas, sendo que só três estão a funcionar. “Andaram-se a construir centros escolares a mais para alunos a menos”, critica, acrescentando que a maioria das escolas tem uma taxa de ocupação de 50% e que a tendência é a situação piorar nos próximos anos.
Mais uma vez, a coligação voltou ainda a acusar o executivo do PS de manter uma política centralista e de não ouvir os presidentes de junta. Os vereadores do PSD/CDS-PP afirmam ainda que há “uma diferença clara de tratamento entre juntas de freguesia”, com os presidentes de junta eleitos pela Coligação Lousada Viva a serem “discriminados”.
Leonel Vieira, Agostinho Gaspar e Cândida Novais dizem-se também preocupados com a situação financeira do município. Afirmam que há obras das juntas de freguesia, protocoladas com a câmara, que foram obrigadas a para ou mesmo canceladas por falta de dinheiro para comprar material. “Há quase três meses que o executivo camarário aprovou o pagamento dos exames médicos e seguros aos atletas. Mas os campeonatos iniciaram-se há três meses e as associações ainda não receberam qualquer valor”, dão como exemplo. “O município tem sido muito rápido a publicitar a atribuição de subsídios às associações e muito lento a cumprir”, acusam.
Mas nem tudo é mau. Da actual gestão camarária, a oposição considera positivo o investimento no sistema LED para a iluminação pública e o programa interessante na área da Cultura.