Verdadeiro Olhar

Por obras nunca antes imaginadas

Quando, na última crónica aqui escrita, pedíamos para prolongar a chapa que esconde o pavilhão gimnodesportivo de Paredes, agora com obras anunciadas, só pretendíamos ocultar o aspeto degradante em que se encontrava o estádio das Laranjeiras, espaço onde, triste com o que via, passava diariamente a cidade quase inteira.

Estávamos bem longe de imaginar que, aproveitando a chapa envolvente, a autarquia começasse imediatamente a destruir o que restava do estádio das Laranjeiras.

É que foi logo a seguir, e quase sem ninguém dar conta, toca a destruir o que ainda restava. E era muito o que, então, se aproveitava. Basta lembrarmo-nos que ali, ainda hoje, de disputavam jogos de futebol, de cariz amador é certo, e que a autarquia, presumo, tratava da relva com custos elevados.

Uma conclusão é já certa: anunciaram obras no pavilhão e já acabaram definitivamente com o estádio.

Para nós, se não existirem outras explicações para o facto, as que agora vierem podem estar certas, mas já vêm tarde.

É a mesma coisa que anunciar obras em nossa casa e começá-las no jardim do vizinho.

Alguém irá explicar isto, seguramente.

E quem vier demonstrar esta atitude tão precipitada terá, obrigatoriamente, de mostrar o projeto do que está previsto fazer no estádio.

Mais do que isso: as Laranjeiras são obra quase centenária, edifício identitário do concelho e núcleo central do imaginário de todos os paredenses por nascimento ou dos que assim se podem considerar por terem adotado esta terra como sua. Matar assim as Laranjeiras é um insulto à memória de todos os paredenses.

Seja como for, uma coisa é certa. Se ao outro presidente, com apoio do atual, se pode acusar de ter abandonado este espaço de excelência no coração da cidade e dos seus habitantes, este já não escapará ao rótulo de acabar o que, com o outro, começou: destruir definitivamente o Estádio das Laranjeiras.

No seu lugar, no mínimo, eu teria mais cuidado.  E respeito por esta terra, já agora!

Eles devem ter razão, mas nem no contrato de adjudicação se lê que a recuperação do pavilhão começa pela destruição do estádio. Ou foi ajuste direto?