Não é ainda o candidato oficial do PSD, mas é apenas pelo PSD que se vê como candidato à presidência da Câmara Municipal de Paredes. Rui Moutinho apresentou, esta terça-feira, a sua candidatura à liderança do município frente a uma plateia recheada de apoiantes do PSD Paredes, entre eles Celso Ferreira.
Rui Moutinho apresentou três razões que o fizeram assumir este desafio: o conhecimento e a experiência que tem na gestão autárquica; o facto de ser militante do PSD há 26 anos e o novo ciclo que se avizinha, que exige uma liderança inovadora e diferente.
Apesar de ainda não se ter iniciado o processo de escolha do candidato nas estruturas internas da concelhia, o actual director financeiro da autarquia diz que não está a condicionar o partido e que acredita que é a pessoa que reúne as melhores condições técnicas e a experiencia para ser o candidato do PSD. “Não tenho dúvida que o partido vai escolher a pessoa mais adequada para desempenhar as funções. Se eu acredito que sou a pessoa mais adequada? Sim, sem dúvida”, afiançou.
De parte está qualquer candidatura como independente. “Sou candidato à presidência da Câmara Municipal de Paredes e sou social-democrata. Não sou independente e não há candidaturas independentes. Nunca serei candidato por um partido que não seja o PSD”, defendeu.
“Não estou a ver como é que que a distrital do PSD não aprovará uma candidatura tão forte como esta”, sustentou, por seu lado, o presidente da Câmara Municipal de Paredes, Celso Ferreira.
Rui Moutinho é o primeiro a assumir uma candidatura à autarquia paredense.
“Não renego o passado, mas o tempo que se avizinha exige uma nova gestão, diferente e inovadora”
Fruto das funções desempenhadas em termos municipais ao longo de mais de 30 anos, Rui Moutinho garante que conhece “por completo” a vida de uma câmara municipal. “Conheço como funciona cada serviço, as suas leis e regulamentos, as suas competências”, referiu. É esse um dos motivos que apresentou para se candidatar à presidência da Câmara Municipal de Paredes. “Numa altura em que as câmaras recebem cada vez mais competências do poder central e cada vez menos dinheiro, a experiência que adquiri ao longo de mais de três décadas, aliada à minha formação, será uma mais-valia para a gestão futura do concelho”, defendeu esta terça-feira, no salão da Academia Musical de Paredes. “Ninguém certamente duvida que era para mim mais confortável não dar este passo. Mas sinto que tenho o dever de dar o contributo ao meu concelho”, acrescentou.
Por outro lado, disse o candidato natural de Recarei, a sua escolha deve-se ao facto de ser militante do PSD há mais de 26 anos, apesar de nunca ter exercido nenhum cargo público de relevo. “Mas sempre colaborei na vida partidária e concelhia e sempre disse ‘presente’ quando fui chamado. Nunca pedi nada em troca. Nunca colaborei com qualquer candidatura contra o meu partido. Nunca critiquei a gestão feita pelo meu partido”, salientou.
Por último, Rui Moutinho defende que com o novo ciclo político que se abre, pelo facto de Celso Ferreira não se poder recandidatar, por limitação de mandatos, exigirá “rigor e experiência”. “Não renego o passado, mas o tempo que se avizinha exige uma nova gestão, diferente e inovadora”, adiantou, não fazendo para já promessas.
“A gestão da coisa pública não pode ficar entregue a quem vem a mando de um ou outro empresário que pensa que o município de Paredes é uma coutada sua”.
Mas deixou o aviso: “A gestão autárquica não pode ficar entregue a experimentalismos, a aventuras ou fantasias. A gestão da coisa pública não pode ficar entregue a quem vem a mando de um ou outro empresário que pensa que o município de Paredes é uma coutada sua. Paredes carece de um presidente que não precise da política nem esteja atado a interesses de terceiros”.
Confrontado pelos jornalistas com o facto de o processo de escolha do candidato do PSD Paredes ainda não ter sido debatido internamente no partido, Rui Moutinho diz acreditar que é a pessoa “reúne as melhores condições técnicas e experiência para ser o candidato do PSD”. Garante ainda que não teme divisões no partido e que tem o apoio dos militantes. “Eu não sei perder. Se não tivesse convencido que reúno, além das condições técnicas, também o apoio necessário para ganhar a Câmara Municipal de Paredes eu nunca me apresentaria como candidato”, afirmou. “Estou determinado a ganhar a presidência da Câmara Municipal e tenho capacidade para o fazer”, concluiu.
“É o homem que o concelho de Paredes precisa nos próximos anos”, diz Celso Ferreira
“Tem o meu apoio, o meu voto e vou fazer os possíveis e os impossíveis para o ajudar. É um candidato em que eu acredito”, disse o autarca. “É especialmente qualificado para liderar a Câmara Municipal de Paredes, não conheço ninguém melhor do que ele. É o homem que o concelho de Paredes precisa nos próximos anos”, garantiu ainda.
Face ao apoio demonstrado ao candidato, Celso Ferreira acredita que a distrital do PSD não terá outra opção que não a de aprovar o nome de Rui Moutinho, apesar de este ainda ter que passar pelo crivo da comissão política concelhia do PSD e pelo plenário. “O doutor Rui Moutinho parte de uma condição particularmente favorável. Tem o apoio do presidente da câmara, tem o apoio de vereadores, tem o apoio de todos os presidentes de junta de freguesia. Não estou a ver como é que que a distrital do PSD não aprovará uma candidatura tão forte como esta”, sustentou.
Rui Moutinho tem 51 anos e é natural de Recarei. É licenciado em Direito e em Gestão de Recursos Humanos e bacharel em Administração Autárquica. Foi docente do ensino superior público durante 10 anos e deu formação autárquica em vários municípios do país. Actualmente está à frente do departamento de assuntos jurídicos, administrativos e financeiros da Câmara de Paredes. É militante do PSD há mais de 26 anos.