O Núcleo de Penafiel da Liga dos Combatentes assinalou, na Praça do Município, o 100.º aniversário da Batalha de La Lys, homenageando os combatentes penafidelenses da 1.ª Grande Guerra Mundial.
Além homenagem aos mortos, deposição de flores no Monumento, da entrega de medalhas comemorativas das Campanhas das Forças Armadas Portuguesas, a cerimónia ficou marcada pela entrega de diploma passagem de Testemunho “Dos Avós aos Netos”, numa iniciativa que teve como objectivo perpetuar o legado da Liga enquanto representante dos ex-combatentes e seus familiares que participaram nos vários teatros de guerra em que Portugal esteve envolvido e dar a conhecer aos jovens a evolução do pensamento político-militar das Forças Armadas nesses mesmos conflitos.
“Estamos a comemorar o nosso aniversário e o centenário da batalha de La Lys. Com esta passagem de testemunho quisermos recordar estas duas datas que marcam um período importante na evolução no pensamento político-militar e simultaneamente quisemos transmitir aos jovens um maior conhecimento desta fase da nossa história, assim como do papel que os soldados portugueses tiverem neste quadro, isto é, quer na Grande Guerra, quer na Guerra do Ultramar e mais recentemente nas várias missões humanitárias”, disse, sustentando que o Núcleo de Penafiel da Liga dos Combatentes tem procurado defender esse legado prestando ajuda aos ex-combatentes ainda vivos e às suas famílias.
Falando da entrega de diploma passagem de Testemunho “Dos Avós aos Netos”, António Araújo, realçou, também, que a Liga dos Combatentes que manter o seu futuro, sendo por isso necessário que os mais jovens têm um maior conhecimento daquilo que são as Forças Armadas e conhecer o papel que estas tiveram ao longo da história, em especial da história mais recente.
José Modesto Ramos de Araújo, de Paços de Ferreira, que combateu em Cabinda, Angola, na Guerra do Ultramar, o avô que transmitiu o testemunho ao pequeno Tomás Silva e Araújo, seu neto, relevou a importância deste gesto e dar a conhecer aos mais novos a história mais recente do país e do que ele contribuiu para a implementação do 25 de Abril e a instauração da democracia.
José dos Anjos Ferreira, ex-combatente em Moçambique entre 1968 a 1970, mostrou-se, igualmente, grato pela homenagem que lhe foi conferida pelo Núcleo de Penafiel da Liga dos Combatentes e realçou que é fundamental manter viva a memória dos soldados que lutaram pela pátria. “Foi uma homenagem mais do que justa. Apesar das condições bastante difíceis em que actuamos, tentamos dignificar a pátria, cumprimos com o nosso dever”, confessou.
António Moreira, ex-combatente em Angola, manifestou-se, igualmente, agradecido pela condecoração que lhe foi atribuída. “Estas condecorações são simbólicas, mas para quem tem sentimentos pesam bastante”, expressou, salientando que apesar dos anos, ainda hoje guarda inúmeras memórias de Angola, sendo oriundo de uma família de militares.
“Temos de ser gratos a quem se sacrifica pelos outros e pela pátria”, manifestou, sustentando ser necessário continuar a construir uma Europa sólida, fraterna e próspera. “A Europa foi palco de duas guerras mundiais com elevado número de baixas. Temos de conhecer a história e retirar as devidas lições, A paz constrói-se com o desenvolvimento e num espaço voltado para as pessoas”, atestou, reiterando que a Europa tem sido acometida por alguns extremismos e populismos que podem dividir a Europa e serem geradores de potenciais conflitos.