E quando se sentam à mesa, pedem lagosta e ficam a olhar para os outros comensais a tentar perceber como se come?
Ou, pior ainda, quando se sentam à mesa é só para comer.
Num exercício simples, passando dos comportamentos individuais para os de responsabilidade coletiva, pode ser exemplo o anúncio tantas vezes repetido pela câmara de Paredes de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de euros para a construção de passeios.
Perguntamo-nos: mas os passeios não são necessários?
– Claro que são, mas cinco milhões é tanto dinheiro nos deixa a pensar que em vez de passeios vão construir escadas rolantes em todo o concelho.
Os cinco milhões anunciados como investimento da autarquia não ultrapassarão os 700.000 (setecentos mil) euros. Os milhões vêm dos fundos europeus. E que não sirva de desculpa que têm de se construir passeios senão perdiam-se os fundos. É o contrário: é por se usar tantos milhões nesta “nova” prioridade que não há mais dinheiro para o que realmente é mais importante.
– Nada. Será dinheiro deitado fora porque depois, e já não será a primeira vez, vai ser preciso destruir tudo de novo, passeios e estradas, para instalar a distribuição de água e saneamento. Ou vamos querer continuar a ser um dos municípios com a pior rede de saneamento básico no país?
Como fazer mais e melhor? Mudando de prioridades.
Primeiro faz-se a rede se saneamento básico e depois, definitivamente, os passeios. Aliás, para ganharem as eleições só nos prometeram mais saneamento e foi por isso que maioritariamente votamos neles.
Quantos quilómetros de saneamento básico foram construídos pelo atual executivo? Nem um metro. As promessas eleitorais é que estavam certas. A prioridade era fazer o saneamento básico. No programa eleitoral do executivo que está agora no poder não consta a construção de passeios. Nem como prioridade nem como consequência.
É por estas e outras que esta gente nunca se senta à mesa connosco. Eles só se sentam com quem lá vai só para comer.
E saem a “palitar” os dentes com ar de gente farta e importante.