A coligação Acreditar Lousada, composta pelo PSD e pelo CDS-PP, aproveitou a última Assembleia Municipal para colocar em cima da mesa uma preocupação quanto à construção de um novo hipermercado no centro da vila.
Discutia-se o orçamento para o próximo ano, quando Leonel Vieira enquanto abordava questões relativas à necessidade de criação de um parque de estacionamento, falou deste novo investimento.
“Na Avenida de Errenteria, junto à grande rotunda próxima do hospital, vai ser construído um grande hipermercado. Não é na minha opinião o melhor local. Que diligências fez para dissuadir o promotor?”, perguntou ao presidente da Câmara. “Legalmente reconheço que as ferramentas de que o município dispõe para impedir tal construção são escassas”, concordou o eleito do PSD/CDS-PP.
Ainda assim, Leonel Vieira apelou que, caso a construção avance, se tenha atenção ao facto de os lugares de estacionamento nas ruas próximas estarem sempre lotados.
“Recomendo que, quando o processo de licenciamento estiver nos serviços do Urbanismo, sejam criadas condições, obrigatórias se necessário, para que o parque de estacionamento do hipermercado seja de entrada livre, caso contrário o caos rodoviário naquele local será grande”, anteviu.
Pedro Machado confirmou a intenção de investimento. “A ideia não me encanta, acho que já temos hipermercados que cheguem, mas as câmaras não têm a possibilidade legal de excluir esse tipo de investimentos” , visto que o terreno em causa, pelo Plano Director Municipal, está apto a construção, salientou o presidente da autarquia.
“Já fizemos diversas reuniões com o promotor e a câmara colocou como grande preocupação a questão do trânsito e estacionamento. Foi apresentado um primeiro estudo prévio que não mereceu a nossa aprovação”, tendo a empresa explicado que para ir de encontro às exigências do município a obra aumentaria em cerca de um milhão de euros, afirmou o edil lousadense.
“A câmara não condescendeu”, garantiu. O hipermercado em causa terá um estacionamento coberto em cave e estacionamento a descoberto. “Vai ter muito estacionamento e vai ser reforçado ao máximo o estacionamento exterior [nas ruas adjacentes]. Vai haver reforço da oferta de estacionamento”, reiterou Pedro Machado. “A câmara exigir que o estacionamento seja livre seria ilegal, não temos condições para o fazer”, disse à Acreditar Lousada. “Se colocar barreiras haverá mecanismos para trocar senhas de compras por estacionamento”, acrescentou.
O presidente da Câmara não escondeu que preferia ver naquele local um “empreendimento com maior nobreza”. “Mas a câmara está condicionada na sua decisão e, apesar das exigências da câmara, o promotor estará interessado em avançar”, avançou.