Em Fátima, Nossa Senhora não hesitou em mostrar aos pastorinhos os hoorrores do inferno numa das aparições, conforme descreveu a Lúcia: “Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados nesse fogo, os demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou bronze com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas; que delas mesmas saíam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das fagulhas em grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demónios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes como negro carvão em brasa. Em seguida, levantámos os olhos para Nossa Senhora que nos disse com bondade e tristeza: Vistes o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”.
Dirigindo-se ao mundo por meio dos pastorinhos, Nossa Senhora apontou o estado de pecado generalizado, especialmente no tocante à impiedade e à impureza, que mais almas levam à condenação. Também nos recomendou que depois de cada dezena do terço pedísemos a seu Filho que nos perdoe e nos livre do fogo do inferno. Terço que, por sinal, pediu nas seis aparições que rezássemos todos os dias. Na última aparição em outubro de 1917 deixou este apelo aos pastorinhos e sobretudo a nós todos por seu intermédio: “Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor, que já está muito ofendido”.
Termino com umas oportunas reflexões de um amigo sobre os novíssimos. Acreditando ou não na existência do inferno que é uma verdade da fé católica, aquilo que nós sabemos é que para o céu só vai quem quer. Vamos para o céu? Fizemos a vontade de Deus. Vamos para o inferno? Fizemos a nossa vontade. Só fazemos a vontade de Deus, se quisermos; podemos fazer a nossa vontade mesmo contrariando a de Deus. Mas o que nunca acontece é que Deus nos imponha a Sua Vontade. Por isso, Santo Agostinho dizia que Quem nos criou sem nós, não nos salva sem nós.