Verdadeiro Olhar

Nem a pandemia acabou com o Presépio de São Luís de Beire (C/FOTOS)

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Nos dois anos de pandemia, cumprindo as regras que não permitiam ajuntamentos, o Presépio de São Luís de Beire, em Paredes, não abriu portas. Mas, ainda assim, a tradição persistiu. Junto ao portão, conta José Teles, foi montado um presépio, em versão reduzida, para que quem passasse pudesse espreitar e admirar.

Este ano é o do regresso à versão em tamanho “normal”. Nos pátios e terraço da casa, em Beire, já está pronto o presépio com milhares de peças e luzes. As visitas arrancam sábado, dia 17 de Dezembro, e mantêm-se até ao final de Janeiro. A entrada é gratuita.

“Passam por aqui milhares de pessoas, sobretudo entre o Natal e os Reis. E também vêm escolas e lares de idosos”, afirmam os responsáveis pelo presépio.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

1900 lâmpadas, 961 santos e 600 ovelhas

As contas estão feitas, mas por alto. “São 1900 lâmpadas, 961 santos, 780 fitas e bolas, 600 ovelhas e 340 peças de artesanato”, entre outros, elenca José Teles, filho do criador deste presépio com 36 anos de existência.

“O primeiro presépio que o meu pai fez era um cantinho que as pessoas espreitavam quando vinham da missa. Ele ganhou gosto. Depois já ocupou a garagem toda e a seguir os terraços”, explica. “O meu pai adorava isto. Poupava noutras coisas para investir aqui”, relata ainda o filho, que sempre ajudou o pai na montagem e construção de peças de artesanato em madeira e pedra.

Desde que Domingos Teles faleceu, em 2015, são o filho e a mãe, Matilde Sousa, de 82 anos, que asseguram a continuidade desta tradição.

De ano para ano, 90% das peças fica no lugar, sendo guardadas apenas as mais valiosas. Mas desde Setembro que José Teles anda em torno do presépio, a limpar tudo e a ver o que funciona e o que precisa de ser substituído.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Este ano há, pelo menos, duas novidades: uma imagem da Nossa Senhora da Paz que integra a procissão e uma capela com o Santinho de Beire, que ainda não está terminada.

Outra preocupação foi a de começar a substituir as iluminações para LED já que “a factura da luz é elevada” e costuma ultrapassar os 400 euros, diz. A entrada é gratuita, mas quem quiser pode deixar donativos e também há empresas ‘amigas’ que apoiam, ajudando a pagar a conta. “Espero que com a troca de algumas centenas de luzes para LED a factura já seja menor ou, pelo menos, que se consiga que não aumente”, explica.

O presépio ocupa cerca de 120 metros quadrados de garagem e terraços da habitação da família, em Beire.

São milhares as peças que recriam cenas bíblicas, desde logo a do nascimento de Jesus entre muitas outras, e hábitos e costumes do passado, com direito a fontes, moinhos e carrosséis a funcionar. Há uma recriação de uma procissão com inúmeros andores e igrejas e casas, decoradas ao pormenor, como é o caso da Igreja Matriz de Paredes e da Igreja do Senhor dos Aflitos, em Lousada, da Igreja do Santuário de Fátima e uma réplica do Vaticano e da Capela de São Luís.

Este presépio pode ser visitado todos os dias das 8h30/9h00 até às 22h00/22h30. “Enquanto há gente”, brinca José Teles. “Já chegamos a estar abertos até às 2h00 da manhã”, completa.  

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar