Esta frase é um estereótipo muito do agrado dos políticos. Já a ouvimos citada por muitos deles. No entanto, quando os interesses, pessoais ou de grupo, falam mais alto, tudo vale para destruir o próximo. Por muito próximo que esteja. São estes comportamentos pouco éticos e pouco dignos que fazem perder a confiança em quem exerce cargos de responsabilidade política. É certo que a exceção não faz a regra, mas em Paredes e no seio dos mais altos cargos do PSD já são mais os casos do que as exceções. O exercício de funções políticas tem de ser transparente e quem o exerce não pode recear ser questionado. Isto a propósito de uma carta aberta que circula nas redes sociais e que vai sendo passada de mail em mail. Também chegou ao meu. Esta missiva, se não for já do conhecimento de todos, será com certeza conhecida por muitos. Pelo menos todos os militantes do PSD de Paredes a conhecem porque foi divulgada como um documento interno daquele partido. Não querendo meter a foice em seara alheia e respeitando a privacidade dos intervenientes, pelo menos até se apurar a verdade, não posso deixar de lamentar que seja desta forma que se saiba como são tratados os superiores interesses dos munícipes e fregueses deste concelho de Paredes. Não sabemos até que ponto é verdade tudo o que é dito nesta extensa “carta aberta”. Terá havido uma motivação para que tivesse surgido esta denúncia mas não é agora esse o cerne da questão. O mais importante é que esta “carta aberta” é um documento público, escrito voluntariamente por quem tem a obrigação de ter conhecimento do que diz e depois de uma reflexão que o próprio autor anuncia quando diz “pensei seriamente, digo mesmo muito seriamente, antes de escrever esta carta”. Neste documento são mencionados atos e práticas, atitudes e favorecimentos por parte de uma ex-vereadora do PSD que a serem verdade não podem passar em branco. Se não forem verdade, ou não seja possível comprovar a sua veracidade, também o pretenso denunciante não poderá ficar impune. Não é ele o responsável pelo Departamento Jurídico e Financeiro da Câmara de Paredes? Se, como diz, “isto é público dentro da Câmara e por todos comentado”, porque não atuou antes, no exercício das suas funções? Na função pública, tanto é punido o que prevarica como o que encobre o prevaricador. Porque esperou tanto tempo para abrir esta verdadeira Caixa de Pandora? Não estamos a falar de atos privados nem de banalidades. Falamos de funcionários públicos e de irregularidades nas funções públicas que lhe foram confiadas e cuja integridade juraram cumprir com eficiência e lealdade. O mínimo que se espera é que esta denúncia seja levada a sério e que estas irregularidades sejam investigadas ou seja punido o denunciante. Lá diz o povo, zangam-se as comadres sabem-se as verdades…