O rali de Portugal continuou esta sexta-feira em Lousada, que recebeu a super-especial e milhares de espectadores, que vinham em grupos de amigos ou com a família. Alguns passaram mesmo grande parte do dia ao sol para não perder pitada do que se passava na pista.
Se na manhã de quinta-feira, no Shakedown inicial do rali de Portugal, em Baltar, houve quem não pudesse ir por estar a trabalhar, na prova de Lousada, isso já não aconteceu.
Foi o caso de Daniel Areias, que veio de Paredes com um grupo de amigos e não esteve em Baltar devido ao emprego. Há quatro anos que assiste à prova que decorre em Lousada e que considera “espectacular”. Diz que o que mais gosta é mesmo a “convivência que se cria”.
Por todo o lado para onde se olhasse havia sempre alguém que se encavalitava para conseguir pôr os olhos na pista. Todos os locais serviam de apoio: um caixote do lixo, uma roulote, um degrau, ou até mesmo os ombros de um familiar. Já para quem mora nos prédios junto à pista, a vista era privilegiada.
Mas entre o público há quem já tenha lugar “reservado”. Dinis Nogueira e Bruno Alves, que estavam rodeados pela família, são de Vila Real e assistem ao rali desde que veio para o norte de Portugal. “Já somos clientes, a gente não larga”, brinca Bruno Alves. “Chegámos aqui há uma da tarde para arranjar um lugar no salto. Todos os anos estamos aqui no mesmo sítio”, garante Dinis Nogueira.
Já para Joana Castro, acompanhada por Francisco e Salvador, de 11 e 12 anos, é a primeira vez que vêm a este evento, apesar de viverem no concelho. “Eles tinham curiosidade e achamos que este é um evento importante aqui em Lousada”, refere Joana Castro, cheia de vontade de ir acompanhar o que se passa na pista.
Do lado de fora, num espaço entre as bancadas, espreitavam atentamente Cristina Teles e Rui Ferreira. São de Valongo, mas costumam vir anualmente a Lousada ver o rali, pela “adrenalina, as máquinas e a velocidade”. Cristina Teles conta que costuma ficar apenas por esta prova, mas já o marido vai também a Amarante e gosta de ver “o staff todo dos carros na Exponor”.
As principais ruas que dão acesso ao local da prova encheram-se de curiosos que queriam acompanhar bem de perto a chegada dos pilotos. Ficavam a metros daqueles que conduzem este evento e conseguiam fotografias de perspectivas exclusivas.
A cerveja e outras bebidas foram uma das grandes acompanhantes dos amantes do rali, que, tão cedo, não precisam de ir ao solário. Se há quem se proteja e leve boné e passe protector solar, também há quem dispa a t-shirt e acabe por ficar com marcas do sol.
De óculos de sol na cara, Hugo Costa e Vítor Alves, da Lixa, revelam que o melhor desta prova são “os carros e a diversão”. “O povo é quem faz a festa”, exclama Vítor Alves.
De mais longe são Jorge Martins e Carlos Martins, oriundos de Faro, mas vivem no Porto actualmente, tal como Paulo Teixeira. “O melhor rali é aqui em Lousada, para quem quiser apreciar boas máquinas”, sublinha Carlos Martins. “A gente não falta a nenhum rali. Esperava agora que voltasse outra vez para o Algarve, onde também é muito bom”, acrescenta Jorge Martins.
Explicam que já estão ali desde as 8h00 e que já beberam “umas bejecas, mas tudo sob controlo”, brincam. “Isto é uma família”, conclui Paulo Teixeira.
Mais à frente, um grupo de sete amigas, que vinham de Pias (Lousada), tirava uma selfie, enquanto os pilotos não arrancavam. “É o segundo ano que vimos aqui assistir. Gostamos e divertimo-nos em convívio com os nossos amigos”, refere Inês Leite. Não têm preferência para o vencedor, esperam “que ganhe o melhor”, considera Liliana Faria.
Quem tomou as rédeas deste circuito foi o mesmo piloto que conseguiu ser o mais rápido em Baltar, Thierry Neuville (Hyundai i20). O belga percorreu os 3,36 quilómetros da superespecial que encerrou a etapa de abertura do Rali de Portugal, sétima prova do Campeonato do Mundo da especialidade, em 2.35,5 minutos.
Para Albino Almeida, que veio de propósito da Suíça para acompanhar um grupo de amigos de Mangualde, “quem ganha é indiferente”, uma vez que está ali pelo “ambiente que depois se cria”. O amigo Juan Almeida, explica que costumam “vir todos os anos” e que vieram “pelo espectáculo em si do rali que é muito bom”. “Já começámos ontem e vamos acompanhar até domingo”, garante Juan Almeida.
O recinto estava repleto a toda a volta por milhares de espectadores que vieram de vários pontos do país e do mundo. Segundo a organização, foram cerca de 35 mil pessoas que aproveitaram para também assistirem ao pôr-do-sol com os barulhos dos motores de fundo.
Sentada no chão a admirar o ambiente e a fazer uma pausa, estava Tânia Castro, que veio da Galiza com amigos. Está a estrear-se nestas andanças do rali, mas destaca que está “a gostar muito” e que “está muita gente”.
As provas continuam no sábado em Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Amarante. Já no domingo, chegarão a Montim, Fafe, Luílhas e a cerimónia do pódio é em Matosinhos.