E como eu gostaria de te felicitar pelo modo de seres pai! Mas não posso, porque optaste por procedimentos que contrariam a dignidade humana e lesam os direitos das crianças ao serem geradas em barrigas de aluguer. Como se pode aceitar que uma mãe fique privada de criar um filho que gerou e impedir uma criança de crescer com mãe?!
Filhos são para se gerar em casamento, e casamento “é coisa de um com uma e para sempre”. Esta tirada que se poderia classificar como politicamente incorreta se não mesmo reacionária pelas cabeças “bem pensantes” dos tempos que correm, é na verdade da autoria de um pensador do Séc. IV. A sabedoria de que está impregnada coincide plenamente com a salutar ecologia familiar, e a tua opção de obteres filhos a quem privas de mãe é uma argolada ecófoba que só pode causar malformações no crescimento afetivo das crianças e certamente desgostos para elas e para ti.
Não sei o que te poderia aconselhar para minorar os efeitos das tuas opções paternais, pois ao contrário das tuas eventuais dificuldades com o fisco espanhol, os muitos milhões que possuis não te servirão para grande coisa. E não posso deixar de ter presente estoutro aforisma: “Deus perdoa sempre; os homens, às vezes, mas a natureza nunca perdoa”.