Verdadeiro Olhar

Matou ex-cunhada, mas diz que foi sem querer

Álvaro F., de 46 anos, começou, na semana passada, a ser julgado pelo homicídio da sua ex-cunhada. Etelvina Ferreira, de 36 anos, foi esfaqueada várias vezes quando tentava impedir que a irmã, Maria Alice, fosse atacada e agredida pelo ex-marido no âmbito de mais um caso de violência doméstica.

No processo que está a decorrer no Tribunal de Penafiel, Álvaro F. está ainda acusado de tentar matar a antiga companheira e o ex-cunhado e ainda dos crimes de injúria, difamação e invasão de domicílio.

 

Comportamento de Álvaro mudou após morte do pai da companheira

O caso aconteceu no final de Novembro do ano passado. Na sequência do fim de uma separação que nunca aceitou, o homem natural de Espinho invadiu a residência da antiga família situada em Nevogilde, Lousada. Em seguida, como a própria vítima contou na primeira sessão do julgamento, agarrou nos cabelos de Maria Alice e começou a agredi-la. Alertados pelos gritos de socorro, Etelvina e Joaquim, este com 40 anos e com problemas psiquiátricos, vieram em auxílio da irmã e também acabaram atacados pelo desempregado. Se Joaquim conseguiu sobreviver às facadas, Etelvina morreu na sequência do esfaqueamento de que foi alvo. Já Maria Alice escapou sem ferimentos, mas com traumas psicológicos. “Senti medo de morrer. Pensei que ele me ia matar”, confessou Maria Alice aos juízes do Tribunal de Penafiel. “Dei-lhe um empurrão e ele sacou de uma pistola. Eu tirei-lha, mas ele pegou numa faca e esfaqueou-me”, descreveu Joaquim Ferreira.

Perante o coletivo de juízes, Álvaro F. admitiu que entrou na casa de Nevogilde, mas garantiu que nunca teve intenção de matar os antigos familiares. Tudo aconteceu, disse, de forma inadvertida durante a confusão que se gerou quando estava a discutir com a ex-companheira.

Uma versão diferente apresentou Angelina Teixeira, mãe de Etelvina, Maria Alice e Joaquim. Esta mulher garantiu que os insultos, ameaças e perseguições de Álvaro à família eram antigas e regulares. Sustentou que estas começaram após a morte do marido. “Ele era um homem normal, mas depois da morte do meu marido começaram os problemas com a Maria Alice. Depois foi comigo e com a Etelvina”, disse.