Cresceu em Ermesinde, compete por um clube de Paredes e é uma das promessas da patinagem artística portuguesa.
Mariana Marques Souto tem 18 anos e, nos últimos dois anos, sagrou-se vice-campeã da Europa em solo dance, campeã do mundo de pares de dança e vice-campeã do mundo em solo dance, em juniores; e ainda campeã da Europa de pares de dança, em seniores. É bom? Sim, mas quer mais. “Os últimos anos têm, de facto, sido brilhantes em termos desportivos, mas ainda não está tudo cumprido. A subida ao escalão sénior representará com certeza um grande desafio que será bastante exigente”, adianta a jovem.
Como par, a patinadora tem o irmão, José Paulo Souto, também campeão do mundo e da Europa. Em comum, estes atletas da Academia de Patinagem Artística da Casa do Benfica em Paredes têm ainda outro sonho: ser médicos. “Com organização e estudo, tudo se consegue”, garante Mariana Marques Souto.
Cinco vezes campeã da Europa e outras cinco vezes vice-campeã
A patinagem chegou à vida de Mariana Marques Souto aos três anos. Não, não tinha um grande sonho. A mãe viu um folheto no infantário e decidiu levar os dois filhos a experimentar. “Juntamente com a patinagem iniciei também o Ballet, mas, por volta dos 13 anos, a exigência dos horários da escola e dos treinos de patinagem levou-me a ter que desistir”, recorda a jovem. Do Ballet só, a patinagem essa passou a ganhar, cada vez mais, importância na sua vida.
Começou no Centro Social e Paroquial de Alfena e, por volta dos cinco anos de idade, já competia. Aos sete anos foi campeã nacional de pares, com o irmão, e aos nove anos ganhou a primeira medalha internacional na Taça da Europa. Mas os grandes títulos da jovem, que passou ainda pelo Clube de Patinagem de Baguim antes de vir para a Academia de Patinagem Artística da Casa do Benfica em Paredes, ainda estavam por chegar. E a lista, é longa.
Em 2007, foi vice-campeã da Europa em infantis solo dance; em 2009, campeã da Europa de iniciados solo dance; em 2010, campeã da Europa de cadetes pares de dança; em 2011, vice-campeã da Europa de cadetes solo dance; em 2012, campeã da Europa de cadetes solo dance e vice-campeã da Europa em juvenis pares de dança; em 2013, campeã da Europa em juvenis pares de dança; em 2014, vice-campeã da Europa em juvenis solo dance e subiu ao pódio no 3.º lugar do campeonato do mundo de juniores pares de dança.
Nos últimos dois anos, como júnior, foi vice-campeã da Europa em solo dance, campeã do mundo em pares de dança e vice-campeã do mundo em solo dance. Foi ainda, campeã da Europa em pares de dança seniores, em 2016.
É possível conciliar a Medicina com uma carreira desportiva, acredita
Até Janeiro, quando começa a nova época desportiva, está dedicada à faculdade. Tal como o irmão, José Paulo Souto, segue o sonho de ter uma carreira na Medicina. Está a estudar no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. “Apesar de o curso de Medicina ser bastante exigente, no 1.º ano não tive qualquer dificuldade em conciliar o estudo com os treinos. Desde que haja organização, tudo se consegue”, acredita. O que não será de estranhar já que, nas escolas por onde passou, como o Externato Santa Joana e a Escola Secundária de Ermesinde, foi sempre “uma aluna de excelência”.
Atleta da Casa do Benfica há dois anos, Mariana Marques Souto encontrou em Paredes “condições óptimas para a prática desportiva”. Nos períodos mais intensos da competição os treinos chegam às seis horas por dia.
“A patinagem é uma modalidade bastante exigente, que infelizmente, ainda passa bastante despercebida no nosso país, apesar de Portugal representar uma das mais fortes potências da patinagem mundial”, comenta a atleta.
Sobre os projectos para o futuro, a jovem assume que as conquistas dos últimos anos ainda não cumprem todos os sonhos. “A subida ao escalão sénior representará, com certeza, um grande desafio que será bastante exigente, tal como já sentimos nesta nossa primeira época no escalão máximo em pares. Haverá portanto um grande trabalho pela frente se quisermos continuar no topo das competições internacionais”, diz.
Mas competir com o irmão, também campeão, é uma vantagem. “Temos uma grande cumplicidade, é fácil conjugarmos os nossos horários de treino e conseguimos ter uma boa sintonia familiar com o apoio essencial dos nossos pais”, conclui a patinadora.