O Novo Ano começa com as eleições presidenciais e termina, praticamente, com as eleições autárquicas. Sobre as últimas, teremos tempo de falar; sobre as primeiras, precisamos de reflexão séria a poucos dias das eleições.
MRS não vai contar com o meu voto porque, infelizmente e não obstante o considerar um dos melhores presidentes que a República conheceu (a seguir a Mário Soares, pela certa), falhou na sua coerência e a naquilo que considero deve ser a espinha dorsal de uma pessoa. Isso passa por não ser um Frei Tomás, ser coerente com as suas palavras e os seus atos.
Aquando do famoso caso da nomeação de Lucília Gago, MRS defendeu que defendia apenas um mandato para o cumprimento chegando a dizer que “há 20 anos que defendo um mandato” para o cargo de Procurador-Geral da República. Teve também ocasião de referir que, se o mandato do PR fosse de 6/7 anos, defendia também que o mesmo fosse restrito a um mandato. Bem sei que, uma coisa são cargos de nomeação e outra, bem diferente, eleições… No entanto, ao fim e ao cabo, os princípios sãosempre os mesmos: permitir a renovação política e a vitalidade da democracia, evitar atropelos a um sistema que começa a dar sinais de desgaste, mudar efetivamente a perceção dos cidadãos sobre a classe política, etc., etc..
Pela sua incoerência, MRS não terá o meu voto nas Presidenciais, a despeito de todas as sondagens lhe atribuírem uma vitória larga e à primeira volta. No fim do dia, tudo isto é Democracia… a mesma que permite que MRS hoje diga isto e amanhã faça aquilo e pouco seja penalizado por isso nas urnas. Só tenho de o aceitar, sabendo que não irei contribuir, com o meu voto, para engrandecer a incoerência.