Continuam as queixas e as denúnicas sobre as falhas da rede de autocarros Unir, onde, em vários municípios, muitas crianças não conseguiram ir para as escolas. Os pais fazem eco da situação nas redes sociais e atiram-se contra as autarquias e os responsáveis da empresa, lamentando aquilo que apelidam de “pouca vergonha”.
Pouco passada das 7h00, quando começaram a chegar crianças e jovens à paragem de Campos, na freguesia de Vilela, em Paredes. Mas, uma hora e meia depois, continuavam a aguardar pelo autocarro que chegou à escola, mas não passou por ali.
“Ontem os miúdos ficaram em casa e hoje vai ser igual. Eu já devia estar a trabalhar, mas estou aqui à espera com os meus filhos. Nós carregamos os passes, mas depois ficam sem transporte”, lamentou uma mãe, acrescentando que, “para além de faltarem às aulas há miúdos que “têm testes” e não comparecem.
“Grande negócio que o sr. Alexandre Almeida fez”, diz outra mãe, apontando o dedo ao presidente da Câmara Municipal de Paredes.
Em Valongo mantém-se os mesmo problemas, com pessoas a reclamarem que têm que andar “vários quilómetros a pé” por falta de autocarros. “É uma vergonha o que se passou com centenas de pessoas, que andaram com as crianças a pé ao frio e à chuva”, porque não tiveram transporte de ligação de Alfena à sede do concelho.
A verdade é que as contestações são transversais a quase todas as regiões da AMP. Ao Verdadeiro Olhar têm chegado reclamações de utilizadores de Gondomar, Santo Tirso, Vila Nova de Gaia ou de São João da Madeira.
Mas as críticas não se ficam pela ausência de autocarros, mas também pelas viaturas onde a identificação das linhas e destinos é feita com um papel colado no vidro, as máquinas de validar passes que não funcionam e há autocarros que passam, mas não param.
Também nas nossas redes sociais se acumulam os relatos sobre as falhas dos transportes e até há quem diga que a nova rede de autocarros “uniu muitas pessoas nas paragens à espera da UNIR”.
Entretanto, e face a estes acontecimentos, a autarquia de Paredes voltou a pronunciar-se hoje, enviando um comunicado aos jornalistas, onde confirma as lacunas da nova rede de transportes. “Apesar de hoje já terem sido efetuadas mais linhas em relação ao dia de ontem, ainda se verificaram muitas falhas”, reconhece o município, relatando ainda que, e após a reunião de ontem com a Área Metropolitana do Porto e a empresa transportadora, teve a garantia que estes problemas estariam em vias de resolução.
A Câmara de Paredes aproveita para se desculpar perante os munícipes, pedindo a “compreensão de todos” pelos constrangimentos causados, anunciando que, vai fazer, diariamente, o ponto da situação. Mas avisa, desde já, que estes problemas, só devem estar sanados na próxima semana.
Já o presidente da AMP e também autarca de Gaia disse hoje ao Expresso que os relatos feitos pelos utilizadores dos novos autocarros são “impensáveis” e que está a “verificar o que está a acontecer”. “Esta toda a equipa no terreno para que tudo corra bem e se vá aperfeiçoando”.
Ainda assim, não deixa de sublinhar que os operadores responsáveis pelo serviço em cada um dos cinco lotes em que a região foi dividida “têm as responsabilidades de cumprir”.