As exportações de bens do Norte aumentaram 3,4% no 1.º trimestre de 2021, em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, “corolário de uma trajectória de recuperação que se vem a observar há três trimestres consecutivos, após a acentuada queda registada no 2.º trimestre de 2020 (-29,3%)”, releva o último relatório Norte Conjuntura.
Segundo a publicação, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) em Portugal, o crescimento das exportações de bens “foi mais significativo” (6,1%).
O documento ressalva ainda que “apesar de a recuperação das exportações ter sido relevante em contexto de crise, deverá ter-se em consideração o facto de o primeiro trimestre de 2020 (período que serve de comparação homóloga) incluir 12 dias de confinamento obrigatório em Março, num quadro em que já existiam fortes restrições ao comércio internacional, pelo que o valor das exportações do Norte nesse trimestre já tinha sido afectado pelo ambiente recessivo”. “Neste quadro, comparando-se com o 1.º trimestre do ano de 2019, período de normalidade no funcionamento dos mercados externos, as exportações de bens do Norte no 1.º trimestre de 2021 diminuíram em 1,6%. Esta redução é, no entanto, menor do que a esperada, tendo em conta as sucessivas interrupções nas cadeias de valor internacionais durante a pandemia em 2020”, salienta a mesma fonte.
Em termos de sub-regiões, as localizadas em territórios de maior densidade populacional observaram um crescimento das exportações de bens, conclui o relatório. “As exportações de bens do Tâmega e Sousa registaram um crescimento homólogo de 0,7% no 1.º trimestre de 2021, invertendo a forte queda que tinha sido observada no trimestre precedente (-14,0%)”, salienta a CCDR-N. Aponta ainda que os concelhos mais industrializados desta sub-região “tiveram uma evolução que não foi muito distinta”. “As exportações de Paços de Ferreira baixaram em 0,6%, enquanto as de Felgueiras aumentaram em 2,0%”, dão como exemplo.
Já as exportações de bens da Área Metropolitana do Porto aumentaram em 3,0% no 1.º trimestre de 2021 face ao período homólogo do ano transacto, “invertendo a queda tinha sido observada” no trimestre anterior. Ao nível dos concelhos, a Maia, o maior exportador desta sub-região, observou um aumento das exportações de bens em 16,0% no 1.º trimestre de 2021 face ao período homólogo. “Nos concelhos mais industrializados observou-se, no entanto, evoluções diferenciadas: Oliveira de Azeméis (+10,%) e Santa Maria da Feira (+2,6%) registaram crescimentos nas exportações de bens, enquanto em São João da Madeira observou uma diminuição em 6,5%”, lê-se.
O documento não divulga os resultados de todos os concelhos. Coloca apenas Paços de Ferreira e Paredes entre os 20 maiores exportadores do Norte.
Os dados sobre as exportações dos concelhos de Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Valongo, consultados pelo Verdadeiro Olhar no site do Instituto Nacional de Estatística mostram que estes municípios tiveram comportamentos diferentes.
Em Paredes e Valongo, ambos concelhos da Área Metropolitana do Porto, as exportações subiram no primeiro trimestre de 2021 em relação ao primeiro trimestre de 2020. Paredes passou de 88,6 milhões de euros de bens exportados (em 2020) para 92 milhões, em Janeiro, Fevereiro e Março de 2021. Já Valongo subiu de 43,9 milhões para 46 milhões de euros, no mesmo período.
Já Lousada, que exportou 33,3 milhões de euros de bens no primeiro trimestre de 2020 desceu para os 30 milhões no período homólogo de 2021. Paços de Ferreira passou de 97,6 para os 96,7 milhões de euros exportados e Penafiel dos 48 para os 45,2 milhões de euros de exportações, no período em análise.