Mais de 25 ambulâncias de corporações de bombeiros e delegações da Cruz Vermelha da região chegaram a estar retidas, durante esta tarde, à porta da urgência do Hospital Padre Américo, em Penafiel, por falta de macas. Em alguns casos esperaram três horas e meia até que macas ocupadas por utentes, a aguardar por internamento ou alta, fossem libertadas. Estas situações têm vindo a acontecer com cada vez mais recorrência, lamentam as corporações de bombeiros, e já se vinha a repetir desde a semana passada, com picos de demora no fim-de-semana.
Os meios retidos podem pôr em causa o socorro e obrigam a grande ginástica em algumas corporações. “Esta situação já se arrasta há algum tempo. Hoje tive lá quatro ambulâncias retidas por falta de macas. Uma esteve lá cerca de três horas e meia. Isto obriga à mobilização de mais elementos”, aponta o comandante dos Bombeiros Voluntários de Penafiel.
“Todos os anos se fala disto com a administração do Hospital que diz que vai adquirir mais macas, mas isto cada vez está a acontecer mais. As medidas tomadas não chegam para atenuar o problema”, refere Alexandre Alves, explicando que já na semana passada tiveram lá veículos parados algumas horas. “As ambulâncias que estão lá não podem ir para outros serviços. A população não sofre, mas temos de ter mais gente”, queixa-se.
“Eu próprio já fiz uma exposição ao hospital. Diariamente há ambulâncias a esperar uma a duas horas e já houve casos em que tivemos seis pessoas paradas, com três ambulâncias, durante mais de duas horas. Isto é uma falta de respeito com as instituições que prestam socorro”, lamenta José Morais, comandante dos Bombeiros Voluntários de Paredes, salientando que o problema afecta, todos os dias as corporações da região.
Contactado, o conselho de administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa confirma que esta segunda-feira “ocorreram algumas situações de retenção de ambulâncias no Serviço de Urgência”.
“As segundas-feiras são, por norma, dias mais complicados, tendo havido uma afluência superior ao Serviço de Urgência, que se segue a um número de internamentos também superior ao normal no fim-de-semana. No entanto, já foram dadas altas e prevê-se que dentro de algumas horas a situação fique regularizada”, afirmava, ao final da tarde o CHTS.
De acordo com o centro hospitalar, também já está em curso um processo de compra de mais macas para minimizar estas situações de retenção de ambulâncias.
O CHTS lembra que serve uma população superior a meio milhão de pessoas e tem a segunda maior Urgência do Norte e a quarta maior do país, “havendo naturalmente alguns picos de afluência que implicam maior mobilização de recursos”.