O PS Lousada vai a eleições este sábado. Apenas uma lista foi apresentada a sufrágio, a liderada por Lurdes Castro, actual presidente da Assembleia Municipal. Será a primeira mulher a liderar a comissão política concelhia do partido. “É sempre uma honra para mim, mas o que importa verdadeiramente é que o PS Lousada sempre teve lideranças fortes e capazes e é a isso que pretendo dar seguimento, juntamente com todos os militantes e simpatizantes”, atesta.
Ainda assim, ao Verdadeiro Olhar, Lurdes Castro assume que esta “é também uma candidatura com uma nova força para as mulheres”. “O PS Lousada criou as condições para que tenhamos no partido, lugares de muita responsabilidade para as mulheres de Lousada. “Eu recordo desde logo que, caso seja eleita, o PS Lousada contará na sua estrutura com múltiplos cargos de responsabilidade assumidos por mulheres e isso é um facto de relevo para a nossa comunidade. Desde logo com a deputada Cristina Mendes da Silva na Assembleia da República e órgãos nacionais, a Eduarda Ferreira como líder de bancada da Assembleia Municipal e nova líder das mulheres socialistas, a vereadora Maria do Céu Rocha e a Ana Regadas como presidente da JS Lousada”, dá como exemplo.
A actual presidente da Assembleia Municipal – também a primeira mulher a ser eleita para o cargo – diz que se candidata “após alguma ponderação” numa “lógica de continuidade do bom trabalho efectuado ao longo dos anos pelo PS e também numa postura de renovação que está a ser promovida por todos os militantes deste partido em Lousada”.
“Ao longo dos últimos anos integrei várias listas autárquicas do PS Lousada, quer na minha freguesia (Lustosa), mas também como membro da Assembleia Municipal e, neste seguimento, surgiu a oportunidade de liderar a candidatura à Assembleia Municipal”, sendo que a vitória autárquica em 2021 e o facto de ter sido eleita lhe transmitiu “que o povo vê com bons olhos as lideranças políticas promovidas por mulheres”.
O facto de o PS Lousada ir, mais uma vez, a eleições em lista única é “um bom sinal”. “Os militantes aceitaram de bom grado a minha candidatura, revêem-se nela e transmitiram-me apoio”, refere. “Mesmo que houvesse outras candidaturas, como é um facto noutras concelhias, seria algo perfeitamente normal. O importante é que o PS Lousada seja um partido de todos e para todos os querem o melhor para Lousada, acima de qualquer outra questão ou preferência partidária ou ideológica”, frisa.
Sobre os objectivos para a comissão política, que liderará por, pelo menos, dois anos, Lurdes Castro salienta os bons resultados que o PS tem alcançado em Lousada e diz que “é um desafio fazer melhor”, mas, garante, o partido “quer sempre mais”. “São dois anos em que o país e o mundo enfrentam enormes dificuldades, nomeadamente com esta crise inflaccionista e a guerra e, quer queiramos quer não, isso terá sempre influência na nossa terra. O nosso objectivo passa sempre por dar o máximo de apoio aos nossos órgãos eleitos na Câmara, Assembleia e Juntas/Assembleias de Freguesias, criando uma maior proximidade entre os eleitos e a população e abrirmos cada vez mais o partido às pessoas de Lousada”, adianta.
“O PS Lousada nunca foi um partido de arregimentar militantes. Quem o é, é por sua iniciativa e convicção, paga as suas quotas e isso será sempre uma postura para manter e que tem tido sucesso. Importa-nos mais, trabalhar para as pessoas e com as pessoas, independentemente da sua ideologia de base. Se o nosso foco é Lousada e a vida do nosso povo, as pessoas estarão sempre connosco. Uma coisa é certa, jamais irei colocar os interesses do partido a nível nacional, acima dos interesses de Lousada”, sublinha a socialista. A candidata quer, com a sua equipa, “fazer um esforço para cativar mais pessoas de todos os quadrantes” para que o partido esteja “heterogéneo e mobilizado”.
Questionada sobre se o seu mandato já será de preparação para as autárquicas de 2025, quando Pedro Machado, actual presidente da Câmara, não se poderá recandidatar por limitação de mandatos, o que implicará uma mudança de liderança, Lurdes Castro é clara: “o trabalho faz-se diariamente em todas as acções políticas, quer do partido, quer dos nossos eleitos nos diversos órgãos autárquicos. A preparação tem que ser diária”.
Garante ainda que o fim de ciclo do actual autarca não traz pressão extra. “Estamos certos de que podemos sempre contar com o precioso contributo de Pedro Machado, como também contamos ainda com o contributo de Jorge Magalhães e outros militantes que actualmente não desempenham cargos executivos. É evidente que fruto da limitação de mandatos teremos uma nova candidatura autárquica, mas estou mais do que certa de que nos estamos a preparar de forma a vencer 2025, tal como fizemos nos anteriores actos eleitorais, sejam de continuidade ou não”, defende. “A votação registada neste último acto autárquico foi retumbante e também transmitiu o sinal de que os lousadenses pretendem uma continuidade deste tipo de gestão autárquica no próximo ciclo eleitoral”, acredita a socialista.
As eleições estão agendadas para dia 8 de Outubro. Às urnas podem ir cerca de cem militantes com capacidade de voto.