António Manuel Martins, natural de Meinedo, Lousada, é um dos 10 profissionais de saúde retratados no mural de homenagem do artista Vhils, no Hospital de São João, no Porto, hoje inaugurado.
O rosto do homem de Meinedo está ao lado do de médicos, enfermeiros, auxiliares de saúde, entre outros, representando os vários profissionais que estão na linha da frente da luta contra a pandemia.
“Dez rostos, em representação de todos os profissionais e auxiliares de saúde. Uma homenagem a estes verdadeiros heróis do dia-a-dia, muitas vezes esquecidos, de modo a sublinhar quer a sua importância individual quer a importância do Serviço Nacional de Saúde”, afirmou Alexandre Farto, conhecido por Vhils. “A obra é um agradecimento e uma sentida homenagem, em meu nome e em nome da equipa do Vhils Studio, a todos aqueles que se encontram na linha da frente, quer da presente pandemia quer dos cuidados de saúde diários, pela importância que têm na vida de cada um de nós. É um enaltecer da coragem, da dedicação e do altruísmo com que colocam as suas vidas em risco pela defesa das nossas”, refere o Centro Hospitalar e Universitário de São João, citando o artista
O mural chama-se Linha da Frente: Projecto Scratching the Surface” e trata-se de uma parede esculpida em baixo-relevo, ao seu estilo. “A disposição das pessoas na composição, lado-a-lado, visa simbolizar não só o conceito de linha da frente mas também a cooperação e o trabalho em equipa”, adianta o Centro Hospitalar.
António Manuel Martins trabalha no Serviço de Manutenção, na área de Equipamentos e Instalações, há 47 anos – desde os 14 –, primeiro no Hospital de Valongo e agora no Hospital de São João. É polivalente e faz desde pintura a pequenos arranjos.
Ao Verdadeiro Olhar, o homem de 61 anos não esconde que a pandemia veio mudar muita coisa e que os primeiros dias foram “difíceis”. Ele foi um dos que ajudou na montagem do hospital de campanha e viu os primeiros casos, muitos da sua terra, a chegar ao centro hospitalar.
“Tivemos sempre na linha da frente, eu e os meus colegas, que represento. Nós estamos lá no mural mas foi muita gente a trabalhar e a lutar”, destaca. Houve receios, admite. “Andamos cheios de medo, mas cheios de coragem. Era preciso continuar a trabalhar”, realça.
“Tive muito orgulho em ser escolhido. Fiquei contente. E este mural é importante para esta homenagem a todos”, afirma o natural de Meinedo que é casado e tem dois filhos.