Lousada é um dos três municípios finalistas da terceira edição do prémio europeu de sustentabilidade “Transformative Action Award”.
Segundo explica a organização em comunicado, Lousada foi escolhida por “usar educação ambiental para promover práticas ambientais, inspirar e apoiar formas alternativas de criar áreas de conservação e oportunidades de emprego e reconectar os cidadãos locais com a sua paisagem rural”.
“A candidatura surge porque o município tem sido referência em várias áreas ligadas ao ambiente, em particular ao longo dos últimos anos, pelo trabalho que tem vindo a desenvolver, sobretudo no envolvimento da comunidade, na mudança de paradigma, com inúmeros projectos, que fazem parte do elenco da candidatura”, aponta ao Verdadeiro Olhar o vereador do Ambiente, Manuel Nunes.
O município acredita que, este ano, reúne as condições para mostrar, por exemplo, que “é possível, em territórios periféricos de áreas urbanas e densamente povoados e com problemas ambientais de vários níveis, mudar o paradigma e a atitude perante as questões ambientais”, num período de cinco anos, ou seja, “num curto espaço de tempo”.
Além disso, o vereador acrescenta ainda que o município achou que também poderia “dar um contributo válido e útil para aqueles municípios que, em Portugal e noutras regiões, acham que não vale a pena fazer nada porque não faz a diferença quando se é pequeno e quando se tem um território muito humanizado e com poucas valias ambientais”. “A prova é exactamente contrária. É exactamente nos locais onde há mais problemas, onde é mais difícil, que o desafio é maior, mas que os resultados também são mais rápidos e, porventura até mais válidos”, continua.
Leuven (Bélgica) e Berlim (Alemanha) são os municípios europeus que também são finalistas, entre 40 candidaturas que existiram.
O galardão reconhece acções transformadoras que estejam a decorrer ou já concluídas que usem os 15 passos definidos na Declaração Basca para contribuir para a implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e do Acordo de Paris, assim como para alcançar a transformação sócio-cultural, sócio-económica e tecnológica das sociedades.
“O prémio celebra a ambição de cidades e municípios de criar comunidades sustentáveis”, refere Karl Heinz-Lambertz, presidente do Comité das Regiões Europeu e apresentador da cerimónia de entrega de prémios, citado no comunicado. “Envia uma mensagem clara de que a democracia local e o envolvimento dos cidadãos são a força condutora para um futuro sustentável”, acrescenta.
A cerimónia de entrega dos prémios vai decorrer no dia 21 de Novembro, no Comité das Regiões Europeu, em Bruxelas.
O vencedor vai receber 10 mil euros para iniciar uma acção transformadora na sua cidade, região, ou município. Além disso, vai receber também um troféu e uma entrada gratuita e uma apresentação na Mannheim2020 (na Alemanha, entre 20 de Setembro e 2 de Outubro de 2020) – uma conferência europeia que funciona como uma interface entre a União Europeia e as acções sustentáveis a nível local.
Para Manuel Nunes, “ficar nos três primeiros” já é “uma vitória”, uma vez que significa que o município está a competir com cidades com “realidades muito diferentes”, “onde tudo o que tem que ver com a intervenção ambiental é feito há décadas”. “Ainda me deixa mais orgulhoso perceber que, apesar dessa diferença de trabalho feito nesses locais ao longo desses anos, com quem aprendemos muita coisa, é possível competir, no bom sentido, com esses bons exemplos e estar a par deles naquilo que fazemos em termos de envolvimento comunitário e social”, acrescenta.
Esta iniciativa é organizada pelo ICLEI (Local Governments for Sustainability – Governos Locais pela Sustentabilidade), o País Basco e a cidade dinamarquesa de Aalborg e apoiado pelo Comité das Regiões Europeu (CoR) e o Banco Europeu de Investimento (EIB).