A Câmara de Lousada tem em funcionamento o projecto Cornélias Lousada Bike Sharing, projecto piloto que tem como objectivo contribuir para a descarbonização da sociedade e para o desenvolvimento sustentável.
No âmbito deste projecto, o município irá disponibilizar seis bicicletas eléctricas.
A totalidade do investimento ronda os 61.291 euros com um financiamento de 35 mil euros por parte do Fundo Ambiental, ao abrigo da candidatura ao aviso EduMove-te: Educar para a mobilidade sustentável.
O projecto encontra-se em curso desde Setembro de 2019, tendo-se iniciado com acções de sensibilização e disseminação de conceitos na área da mobilidade sustentável nas escolas.
Ao Verdadeiro Olhar, o vereador do Ambiente da Câmara de Lousada destacou que o Cornélias Lousada Bike Sharing é um projecto com uma forte componente de educação ambiental, que aposta na descarbonização da sociedade e numa cidadania mais activa no domínio do desenvolvimento sustentável.
“O projecto, quer pela sua designação (Cornélia é o nome popular de um escaravelho associado aos carvalhais, que se encontra fortemente ameaçado em Portugal e que em Lousada tem alguns redutos importantes para a sua conservação, razão pela qual o adoptamos como símbolo), quer pelo seu valor intrínseco, pretende valorizar o uso da bicicleta e o “andar a pé” como práticas de deslocação quotidiana dos cidadãos, integrados no sistema de transportes e dando prioridade a critérios de sustentabilidade e eficiência económica, ambiental e social, bem como, denotar as preocupações dos agentes locais em promover a mobilidade sustentável, protegendo o espaço público, a saúde, a qualidade de vida e o bem-estar dos seus cidadãos”, disse, salientando que os objectivos gerais encontram-se alinhados com os compromissos nacionais e internacionais assumidos por Portugal no domínio da sustentabilidade (Agenda 2030 especificamente no domínio 11. Cidades e Comunidades Sustentáveis; ENEA 2020 – Descarbonizar a Sociedade; Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 e Plano Nacional Energia e Clima 2030).
“Pretende-se, através deste projecto, incentivar a população lousadense à adopção de práticas mais sustentáveis e seguras no uso de transportes, com especial enfoque na promoção da mobilidade eléctrica e da mobilidade activa, bem como salientar a importância de formas activas de transporte, associados a um estilo de vida com ganhos significativos para a saúde, ambiente e economia”, sustentou.
“Nesta fase e atendendo ao facto de ser um projecto piloto estarão disponíveis seis bicicletas eléctricas, estando ainda em fase de estudo a colocação de bicicletas convencionais também no sistema de partilha”
Falando do número de bicicletas que vão ser disponibilizadas nesta fase, o autarca recordou que a autarquia irá disponibilizar seis bicicletas eléctricas.
“Nesta fase e atendendo ao facto de ser um projecto piloto, onde se pretende avaliar vários factores relacionados com a adopção de novos estilos de mobilidade, bem como avaliar o seu efeito multiplicador na população, estarão disponíveis seis bicicletas eléctricas, estando ainda em fase de estudo a colocação de bicicletas convencionais também no sistema de partilha”, acrescentou, sublinhando que é expectável que o executivo venha a polir uma estratégia para alargar o serviço.
“De momento e apesar de haver previsões de riscos, impactos e afluências, entendeu-se que a melhor estratégia para avaliar o conceito inovador em Lousada é avaliar “in loco” os reais impactos, fluxos e adesões para polir a estratégia de expansão do serviço, estando apenas prevista a estação das piscinas municipais, com seis bicicletas eléctricas”, declarou.
O responsável pelo pelouro do ambiente, admitiu, contudo, ser expectável que mais bicicletas eléctricas venham a ser distribuídos por outros pontos da vila, mas não no concelho, pelo menos a curto prazo.
“Sendo um projecto piloto, estamos a estudar a possibilidade de incluir também algumas bicicletas convencionais no sistema. Numa fase mais maturada do processo é expectável que o serviço seja expandido. A curto prazo não. Não obstante, e de acordo com o trabalho até agora desenvolvido na área do ambiente e no alinhamento com as orientações mundiais nesta matéria, pretende-se com este projecto possa contribuir significativamente para uma cidadania activa no domínio do desenvolvimento sustentável e para a construção de uma sociedade capaz de se deslocar de forma sustentável, cujo sucesso passará, em grande medida, pela sensibilização, pela capacitação e pela mudança de comportamento dos utilizadores e dos sectores económicos, que conjugue a equidade entre gerações e a qualidade de vida dos cidadãos, os quais determinarão em grande medida a expansão do serviço”, concretizou, avançando que a autarquia, nesta fase, pretende introduzir o conceito de uma forma simples, eficaz e intuitiva para que a população não receba o serviço como “um elemento estranho, mas sim, como um conceito inovador, simples, prático, intuitivo e útil, para deslocações de curta/média distância em complementaridade com outros meios de transporte”.
“Apesar de o sistema partilhado de bicicletas ser ainda visto como uma solução para a “first and last mile” de conectividade entre outros meios de transporte, a visão do município é de que o sistema de partilhas de bicicleta pode funcionar para viagens mais longas e apresentar verdadeiros benefícios ambientais, sociais e económicos e a médio/longo prazo funcionar como um elemento activo e simplificador na intermodalidade dos transportes em Lousada”, manifestou.
Questionado sobre a adesão dos munícipes ao projecto, o autarca esclareceu que este vem de encontro à estratégia que o município tem delineado para o território em matéria ambiental.
“Parece-nos um projecto bem sustentado que tem por base a estratégia que o município tem trilhado ao longo dos últimos anos em matéria de sustentabilidade ambiental e conservação da natureza, parece-nos que tem todas as condições para se tornar atractivo para agentes locais e regionais no território do Tâmega e Sousa”, avançou.