Verdadeiro Olhar

Livro sobre amizade rara apresentado no Colégio de São José de Bairros

Cerca de 740 crianças, de vários ciclos de ensino, do Colégio de São José de Bairros, em Lousada, e dos Centros Escolares de Vilela e Rebordosa, em Paredes, assistiram, esta terça-feira, à apresentação do livro “Bolha Rara”. Trata-se de uma obra de Luísa Codesso e Sara Tavares, escrita em parceria com a Raríssimas, instituição para a qual revertem os fundos das vendas deste livro.

Conta a história de uma amizade entre uma criança “normal” e uma criança com doença rara, uma “amizade verdadeira”, e é inspirado na história do pequeno Gonçalo, menino de Louredo que tem Síndrome de Moebius, e de tantos outros meninos e meninas especiais.

 

“Não se deve fechar a porta a nenhuma criança”

Luísa Codesso e Sara Tavares, autoras da obra, ligadas à Educação de Infância e à Filosofia, pretendem que este projecto consiga “promover uma reflexão conjunta sobre o que é ser raro e proporcionar um novo olhar sobre a definição de amizade: a amizade rara é a verdadeira amizade”.

“Temos o objectivo de criar literatura rara. Temos muita literatura infantil, mas não muita que faça os mais novos pensar sobre a doença rara”, explicam as escritoras do livro Bolha Rara. A obra pretende ensinar a ver a diferença de outra forma e a tratá-la com mais respeito. E do que viram, as centenas de crianças de Paredes e Lousada a quem apresentaram o livro esta terça-feira estão despertas para essa diferença e para a verdadeira amizade, “a amizade rara, aquela que quebra barreiras”.

Quem esteve na apresentação no Colégio de São José de Bairros foi o pequeno Gonçalo, menino de Louredo que tem Síndrome de Moebius, uma doença rara que lhe afecta o lado esquerdo do rosto e lhe causa dificuldades em falar, comer, beber e até sorrir.

Esta escola abriu-lhe as portas depois de não ter sido aceite na escola pública. “Desde que sou professora sempre fui a favor de uma escola inclusiva. Não se deve fechar a porta a nenhuma criança. O caso das doenças raras toca-me particularmente porque sou apaixonada pela causa”, explica a directora do Colégio, Paula Rocha. “Ter uma criança com Necessidades Educativas Espoeciais (NEE) obriga-nos a ser melhores e faz com que os alunos tenham outra sensibilidade”, acredita a docente. Neste colégio há oito crianças com NEE o que torna o desafio educativo “mais enriquecedor”.

No âmbito da educação para os valores, que tenta fomentar solidariedade nos alunos e nas suas famílias, este ano, o Sarau Solidário da escola será a favor da Raríssimas.