Leonel Vieira, vereador da coligação Lousada Viva (PSD/CDS) apresentou, esta quinta-feira, em reunião de executivo, um conjunto de propostas no âmbito da consulta pública do Plano de Pormenor da Praça do Românico.
Lembrando que o PSD organizou um debate em que convidou a população, moradores, autarcas, arquitectos e engenheiros para debater este plano de pormenor, o social-democrata salientou que o partido é a favor da Praça do Românico e da estação multimodal, mas numa configuração em que o elemento central da praça seja o Centro de Interpretação do Românico (CIR).
O vereador propôs que a altura dos edifícios a construir à volta da praça tenham apenas três pisos (rés-do-chão mais dois), excepto os da cota inferior de terreno que poderiam ter quatro pisos. Os edifícios a construir deveriam distar do CIR, no mínimo, 30 metros, defendeu, e alguns deveriam ter ainda uma subcave com garagens para libertar estacionamento no exterior.
“O espaço de multiusos (subterrâneo) a construir na praça deve ter áreas de apoio para: salas para camarins ou de apoio aos eventos, gabinete de primeiros socorros, bar, e cozinha funcional para a realização de eventos”, argumentou o eleito, apelando ainda à construção de um anfiteatro para eventos ao ar livre.
“Preferiríamos que o município fosse mais arrojado e construísse uma Central de Camionagem, próximo da Rua de Errenteria”
Leonel Vieira pediu ainda uma ligação entre a Praça do Românico, Praça das Pocinhas e Avenida do Sr. dos Aflitos, “controlando o trânsito e colocando nas duas vias, em frente ao CIR e ao monte do Sr. dos Aflitos, piso diferente e elevando o pavimento”.
Já quanto ao espaço multimodal, o autarca argumentou que deveria ficar localizado a nascente da Praça do Românico, junto ao novo arruamento. “Construí-lo no lado poente é um erro, porquanto ficaria muito próximo de dois entroncamentos, numa zona com forte densidade populacional, demasiado próximo da Praça das Pocinhas e da Praça do Românico, locais onde está prevista grande concentração de pessoas para assistirem a eventos e demasiado distante do Hospital e Centro de Saúde”, afirmou.
“No entanto, preferiríamos que o município fosse mais arrojado e construísse uma Central de Camionagem, próximo da Rua de Errenteria, a nascente da Praça do Românico”, acrescentou.
Com uma maior proximidade às vias de comunicação e espaço para crescimento, haveria assim “verdadeira capacidade intermodal, com ligação em rede com serviços de taxis, bicicletas, acesso a veículos ligeiros e pesados de turismo, e que possa potenciar a criação de uma rede de transportes públicos entre o centro da vila, as freguesias, os concelhos limítrofes e a área metropolitana do Porto”, acredita Leonel Vieira.
Para acompanhar o processo, o vereador pediu ainda a constituição de uma Comissão Municipal para acompanhar todas as obras públicas e privadas a edificar na Praça do Românico e nas áreas envolventes.
“Há aqui coisas que são manifestamente impossíveis, como o afastamento de 30 metros ao CIR”
“As vossas sugestões hão de ser equacionadas, é para isso que serve o período de discussão pública. Mas permitam-me que diga que algumas são despropositadas ou fora de tempo”, começou por defender o presidente da Câmara Municipal de Lousada. “Há antecedentes e compromissos já assumidos com particulares no seguimento de deliberações tomadas por unanimidade. Era o que faltava agora por seis anos de trabalho em causa”, salientou.
Pedro Machado sustentou que a altura dos prédios é a permitida pelo Plano Director Municipal: rés-do-chão mais três pisos. “Há aqui coisas que são manifestamente impossíveis, como o afastamento de 30 metros ao CIR”, disse.
Já a ligação da Praça das Pocinhas, Praça do Românico e Avenida do Senhor dos Aflitos de forma mais coerente está prevista e avançará numa próxima fase, garantiu.
Sobre o interface multimodal, esclareceu que os receios que possam existir por parte dos moradores mais próximos “são infundados”. “Estamos a falar de um espaço de paragem de autocarros e não de uma central de camionagem. Não há razão apara alarme ou receio de ruído”, frisou. “Há novos arruamentos em construção e a realidade viária será totalmente diferente. Tenho a certeza que não haverá problemas de fluidez trânsito”, garantiu ainda.
O autarca salientou que acatar as ideias da oposição significaria “rasgar tudo e começar de novo e isso é impossível”.
“Criar uma comissão municipal é um fait divers e tenho dúvidas que seja possível em termos legais”, argumentou ainda o edil.
“Ficamos com a ideia de que a discussão do plano pormenor é um faz de conta. Está apenas a cumprir a lei e não está disponível para mudar nada. Estas propostas são resultado da auscultação das pessoas”, revidou Leonel Vieira.
“Mas são despropositadas, absurdas. Significam rasgar tudo e começar de novo”, concluiu Pedro Machado.