Cerca de 10 meses depois das eleições autárquicas de Outubro, a Junta de Freguesia de Vilela, em Paredes, conseguiu formar executivo. E é todo do PSD.
Com o apoio do CDS-PP, a presidente de junta, Mariana Machado Silva, conseguiu eleger além do tesoureiro José Mota, nome já aprovado na última assembleia de freguesia, António Silva para o cargo de secretário. Em contrapartida, o CDS-PP ganhou a presidência da mesa da assembleia e verá alguns dos projectos do seu programa eleitoral executados.
A freguesia não podia estar a pagar por “teimosias políticas”
Depois de, na última assembleia de freguesia, ter conseguido eleger um tesoureiro do PSD, mas ter perdido a secretária eleita pelo PS meses antes, Mariana Machado Silva conseguiu agora cumprir os seus objectivos e ter um executivo totalmente composto por elementos do PSD. Uma solução que defendeu desde o início.
Recorde-se que, nas eleições autárquicas de Outubro, o PSD venceu mas não com maioria, ficando a Assembleia de Freguesia de Vilela composta por quatro representantes do PSD, três do PS e dois do CDS-PP. Sem acordo, a Junta de Freguesia manteve-se sem executivo e em duodécimos.
Agora, com o apoio do CDS-PP, foi possível definir o executivo. “Houve negociações com a presidente e o CDS-PP decidiu viabilizar o executivo”, explica Carlos Moura, membro da Assembleia de Freguesia pelo partido. Além de o CDS-PP ter ficado a presidir à mesa da Assembleia, haverá contrapartidas, com o PSD a ter prometido cumprir com algumas das promessas eleitorais centristas, ligadas a obras em algumas ruas, melhorias no cemitério e toponímia, clarifica. “Foi a melhor solução para a freguesia e salvaguardamos os interesses de quem votou em nós, respeitando o eleitorado”, salienta Carlos Moura, alegando que a freguesia não podia estar a pagar por “teimosias políticas”.
O PS votou contra esta solução. “Estamos contentes por estar a situação resolvida e vamos fazer uma oposição construtiva. Mas achamos que fazia mais sentido ter sido incluído um elemento do CDS-PP no executivo”, refere o socialista Rui Machado.
“Estou muito contente. Era a solução que sempre quis”, resume Mariana Machado Silva.
“Não há aumento de ordenado nenhum”
“Exactamente o mesmo que tinha sido acordado quando a secretária seria um elemento do PS”, alega, numa versão corroborada pelo CDS-PP.
O ordenado a meio tempo, de 610 euros, será repartido pela autarca, pelo secretário e pelo tesoureiro, juntam-se às ajudas de custo que iam dos 210 aos 270 euros.
“Deixei tudo preto no branco. Isto é gerar a polémica pela polémica. Não há aumento nenhum”, diz Mariana Machado Silva.
Uma visão que não é igual à dos socialistas. “Discordamos disto completamente. Quando se trata de uma junta pequena ou média, como Vilela, o dinheiro deve ser para outros assuntos e não para o executivo”, argumenta Rui Machado.
A presidente de junta espera, na próxima quinta-feira, aprovar o orçamento e avançar com as ideias a que se tinha proposto em campanha. A acção social manter-se-á uma prioridade, promete.