Verdadeiro Olhar

Jovem do Ano 2021: Jéssica Marques Ferreira (Paredes), melhor aluna da Faculdade de Direito do Porto

Num ano em que o país e o mundo foram abalroados com constrangimentos ao nível da educação e ensino, existem alunos que se destacaram pela sua persistência, empenho e dedicação e que não esmoreceram, apesar de todas as barreiras que foram criadas.

Nos últimos meses não predominou a lógica, mas foi essa mesma lógica e rigor que levaram Jéssica Marques Ferreira a apaixonar-se por Direito e a ter conseguido ser a melhor aluna do seu curso. O feito levou a Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP) a convidar esta jovem de Paredes para assistente no ano lectivo que agora decorre.

A persistência e a obstinação levaram Jéssica a deixar as cadeiras da faculdade e ocupar um lugar de destaque nos anfiteatros daquela instituição de ensino.

A leccionar Introdução ao Direito e com apenas 22 anos há que destacar que o somatório do esforço, método de estudo e organização, ao longo dos anos, foram a chave do sucesso desta jovem de Paredes para concretizar um sonho de anos, que era ter o Código Civil como catecismo de profissão.

Mas o mundo vai muito para além das leis e esta apaixonada pela literatura e grandes clássicos, Jéssica Ferreira faz-nos acreditar que é possível concretizar os sonhos.

António Rocha (Penafiel) – Co-fundador da Smartex.ai

Foto: DR/Web Summit/Flickr

A Smartex.ai, startup co-fundada por António Rocha, de Penafiel, que também é o CTO (director-chefe de tecnologia) da empresa, venceu o concurso Pitch, da Web Summit.

Havia 75 empresas a concurso, mas foi o jovem penafidelense que trouxe para casa o trofeu entregue numa das cimeiras tecnológicas mais importantes do mundo.

A startup quer “acabar com o desperdício na indústria têxtil, através de um sistema de câmaras, luzes e algoritmos que vigiam o processo de fabrico à procura de defeitos”. E António Rocha subiu ao topo para defender o pitch da empresa que está sediada na Califórnia, mas tem também raízes no parque empresarial da Universidade do Porto (UPTEC).

Um feito que mostra que os jovens se preocupam com o futuro do planeta e que trabalham para encontrar soluções. Assim, este projecto visa “resolver um dos grandes problemas da indústria têxtil que é a produção de lixo têxtil” que representa 10% da produção daquela indústria. Com esta solução a start-up conseguiu poupar 7,5 milhões de litros de água e 67 mil quilogramas de tecido.

Razões mais que suficientes para o nome de António Rocha ficar escrito no pódio das figuras de destaque do ano que passou.

Mafalda Cunha (Paredes) – Enfermeira

Portugal fechou-lhe a porta por falta de experiência, mas Inglaterra acolheu-a. Natural de Rebordosa, em Paredes, a enfermeira Mafalda Cunha conseguiu tornar-se uma referência no país de sua majestade, quando Portugal lhe recusou uma oportunidade.

Tinham-se passado seis meses desde que acabou o curso e recebeu mais uma “nega” numa das vagas a que se tinha candidatado. Uma amiga da faculdade ia para fora e desafiou-a. Mafalda Cunha arriscou. Não foi fácil, porque além de um investimento monetário teve que pedir permissão à Ordem Inglesa, para poder exercer no país. A porta abriu-se quando foi recrutada para trabalhar no Southampton General Hospital, no Sul de Inglaterra, onde está agora na Unidade de Cuidados Intensivos Gerais.

mais de cinco anos que está em Inglaterra, dois dos quais na linha frente no combate à Covid-19. Arriscou e venceu. E o resultado é que actualmente se sente valorizada e bem remunerada no seu trabalho.

Nesta nova fase da sua vida, teve que largar a mão a amigos e família, mas deu-a a quem precisava dela num país onde, nos primeiros tempos, se deparou com algumas barreiras linguísticas que já ultrapassou.

Perdeu o pai aos 12 anos, uma situação que, talvez, a tenha derrubado por momentos, mas que acabou por lhe dar força para arriscar novas missões. Fez voluntariado nos bombeiros da sua terra e licenciou-se na Escola Superior de Saúde de Viseu. Neste processo de crescimento e aprendizagem ganhou defesas e tornou-se uma profissional de referência.

Viveu no coração da pandemia e nunca desistiu de lutar pela vida das pessoas. Sabe dar uma palavra de carinho e esperança numa fase de enfermidade e desespero e encarou o seu trabalho muito para além de preparar medicamentos para os doentes.

Todos estes factores fazem de Mafalda Cunha uma referência a nível pessoal e profissional.

Conheça os premiados das outras categorias:

Personalidade do Ano

Acontecimento do Ano

Empresa do Ano

Entidade Cultural do Ano

Entidade Desportiva do Ano

Desportista do Ano

Político do Ano

Projecto Social do Ano