Verdadeiro Olhar

Jorge Malheiro recebeu Chave de Honra do Município de Paredes

“Esta homenagem não é um frete nem um favor. É justa, merecida e tardia. Mas mais vale tarde do que nunca”. O presidente da Câmara Municipal de Paredes, Celso Ferreira, justificou assim a entrega da Chave de Honra do Município a Jorge Malheiro, ex-autarca que liderou os destinos da autarquia durante mais de 16 anos, entre Agosto de 1977 a Dezembro de 1993.

Jorge Malheiro foi o segundo presidente da Câmara Municipal de Paredes depois do 25 de Abril de 1974. Durante a sua gestão foram conseguidos vários avanços no desenvolvimento do concelho.

Entre as muitas obras destaque para a construção da Piscina Municipal, a primeira da região, que passa agora a ter o seu nome.

“Foi uma honra dedicar uma vida à causa e coisa pública e ter servido a minha terra”, afirmou o homenageado.

Vai também dar nome a uma praça

“É uma grande honra poder entregar-lhe esta Chave. Enquanto jovem, a minha referência era o então presidente da Câmara de Paredes”, recordou Celso Ferreira. O autarca falou do percurso “notável” de Jorge Malheiro que “venceu eleição atrás de eleição e exerceu a presidência com capacidade realizadora”. Percurso que “tem que ser valorizado”, salientou. “Que ninguém nesta terra tenha vergonha de invocar um autarca que há 22 anos espera esta homenagem”, disse ainda Celso Ferreira.

O executivo camarário decidiu atribuir o nome de Jorge Malheiro a uma praça/jardim que nascerá atrás do quartel dos Bombeiros Voluntários de Paredes, adiantou o presidente da Câmara Municipal. Mas decidiu ir além disso. “A partir de agora a Piscina Municipal chama-se Piscina Municipal Jorge Malheiro”, passando a ter o nome do homem que a mandou construir, anunciou.

A José Orlando Rocha, amigo do homenageado, coube lembrar algumas das conquistas do seu percurso autárquico. O docente lembrou factos curiosos como o de Jorge Malheiro ter chegado a assumir o papel e as funções de juiz por 13 vezes (numa altura em que o presidente da câmara tinha competências para substituir o magistrado na sua ausência). José Orlando Rocha salientou ainda os grandes avanços conseguidos na área das acessibilidades, com as ligações da A4 e A41 ao concelho; a criação de zonas industriais; o trabalho na área do urbanismo, com Paredes a ser o primeiro concelho do Norte do país a ter um Plano Director Municipal aprovado; a construção da Piscina Municipal, do Palácio da Justiça e do primeiro hospital de dimensão regional.

 

“Foi uma honra ter servido a minha terra”

José Orlando Rocha falou ainda do homem, descrevendo um “estadista” que considera quase sagrado o que é público e geria com rigor, mesmo que isso lhe custasse votos ou eleições. “Um homem que valia mais que o seu partido”, sustentou, lembrando o pouco peso político que o CDS-PP tinha no país.

Depois de receber a Chave de Honra do Município, Jorge Malheiro agradeceu a homenagem. “Não sei se a mereço, mas sei que foi neste espaço público que dei de mim o melhor que soube e pude”, afirmou.  “Foi uma honra dedicar uma vida à causa e coisa pública e ter servido a minha terra”, disse ainda. O ex-autarca garantiu que, durante o seu percurso político, aprendeu muito, tanto com apoiantes como com opositores. Salientou ainda o engrandecimento pessoal que lhe trouxe o cargo de presidente da Câmara. “Valorizei-me como ser humano, isso não é coisa que tenha preço”, referiu, afirmando que o sentimento é de “dever cumprido”.

Foi responsável por grandes projectos

Jorge Maria Fontoura de Queirós Malheiro foi o segundo presidente da Câmara Municipal de Paredes eleito depois do 25 de abril de 1974. Esteve à frente dos destinos da autarquia durante 16 anos e quatro meses, de Agosto de 1977 a Dezembro de 1993. O natural do Porto completou, esta quarta-feira, 75 anos.

Foi o dinamizador do CDS-PP em Paredes, tornando-se o primeiro presidente da Comissão Política Concelhia. Concorreu à Câmara Municipal de Paredes em 1976, integrado, como número dois, na lista do CDS que ganhou as eleições. A 19 de Agosto de 1977, por resignação de Francisco Ribeiro da Mota, assumiu o cargo de presidente da Câmara Municipal, tendo-se mantido no cargo nos dois mandatos subsequentes, até ao fim de 1993. Pelo caminho declinou convites para ser secretário de Estado da Administração Interna e deputado à Assembleia da República.

Integrou os órgãos sociais de várias associações e instituições do concelho.

Na sua gestão autárquica foi responsável pelo projecto de saneamento da vila de Paredes, pela elevação de Paredes a Cidade, pela remodelação e ampliação do edifício dos Paços do Concelho, pelas obras de alargamento e melhoramento em vários cemitérios, pela construção de arruamentos por todo o concelho, pela infra-estruturação de diversos equipamentos escolares, pela remodelação da rede de distribuição de energia eléctrica em várias freguesias, pela construção da ETAR de Paredes, pela construção do bairro O Sonho, pela instalação de um núcleo da delegação da Cruz Vermelha em Paredes, pela construção de um Parque Infantil em Parada de Todeia, pela implantação da CESPU em Paredes ou pela compra de 18 mil metros quadrados da Quinta da Estrebuela, destinada já ao Parque da Cidade de Paredes, entre tantas outras obras e iniciativas que contribuíram decisivamente para o desenvolvimento do concelho.

Já tinha recebido, a 23 de Dezembro de 1992, como prenda de aniversário dos funcionários da Câmara Municipal de Paredes, a chave da cidade de Paredes em ouro.