A Comissão Política do PSD de Lousada emitiu um comunicado criticando a postura de Jorge Magalhães “que não quis honrar o compromisso que tinha para com a população de Lousada e bateu com a porta sem nada dizer”.
Em causa a concretização da renúncia ao cargo de presidente da Assembleia Municipal de Lousada depois de um ano de mandato suspenso “sem uma única justificação”.
“Ocorreram, na última sessão, eleições para a presidência da Assembleia Municipal de Lousada, ‘de fugida’, sem que os lousadenses tivessem o devido tempo para se inteirarem da situação. Podemos apenas concluir que Jorge Magalhães enganou os lousadenses!”, sustenta o PSD. Na última reunião do órgão, Lurdes Castro, que assumia o cargo de primeira secretária da Assembleia e vinha a substituir Jorge Magalhães, foi legitimada nas funções de presidente da Assembleia.
“Nas últimas eleições autárquicas, o Dr. Jorge Magalhães foi eleito Presidente da Assembleia Municipal de Lousada para um mandato de quatro anos. No final do primeiro ano, suspendeu o mandato e, no fim do terceiro, renunciou ao cargo. Questionamos: Jorge Magalhães abandonou a Assembleia a troco de um cargo bem remunerado e arranjado à medida na Ambisousa, empresa intermunicipal que trata dos lixos do Vale do Sousa?”, criticam os social-democratas.
A comissão política questiona ainda as condições de Jorge Magalhães para exercer o cargo de Director-Geral da Ambisousa e alega que o ex-autarca devia suspender funções enquanto não foi ilibado na operação Éter, em que é arguido.
Contactado, Jorge Magalhães refuta estas críticas. Lembra que só no final do segundo mandato enquanto presidente da Assembleia pediu suspensão das funções, devido a ter sido convidado pelo presidente do conselho de administração da Ambisousa para este novo desafio. “Resolvi aceitar, mas por entender que havia dúvidas quanto a incompatibilidades pedi a suspensão do mandato, por coerência e sentido de responsabilidade. Ao fim de um ano isso tornou-se efectivo. Não houve aqui nenhuma fuga ou desrespeito por quem me elegeu”, alegou o socialista que foi presidente da Câmara de Lousada durante mais de duas décadas.
Jorge Magalhães refere ainda que deu explicações na Assembleia Municipal quando pediu a suspensão e que qualquer questão sobre a sua escolha para o cargo em questão na Ambisousa deverá ser feito ao conselho de administração que o terá escolhido pela experiência e conhecimento sobre a empresa intermunicipal em causa. “Cada um tira as ilações que quiser. Nunca na minha vida autárquica deixei de me guiar por princípios”, concluiu.