Joaquim Barbosa Esteves é o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel. Assume o cargo depois do falecimento de Júlio Mesquita, que dirigia a instituição desde 2017. Era até agora vice-provedor da instituição, depois de ter estado na mesa administrativa como tesoureiro.
“Não houve um dia, em 10 anos, que eu não viesse à Santa Casa”, conta o novo responsável pela Misericórdia que adianta ficar apenas até às eleições previstas para o final do ano. Nessa altura, não vai apresentar uma candidatura. “Assumo o cargo como provedor até ao final do mandato para não serem necessárias eleições antecipadas”, explica.
O trabalho até lá será de continuidade e de levar a termo os projectos já iniciados, quer seja da nova adega quer da cozinha geral construída de raiz para servir todas as valências da instituição.
Financeiramente a Santa Casa está “com saúde”
Já passou por várias instituições. Foi director da Adega Cooperativa de Ermesinde, durante sete anos, esteve 13 anos na Cooperativa Agrícola de Penafiel e foi tesoureiro da Fundação de Santa Maria Madalena, em Canelas.
A seguir veio para a Santa Casa da Misericórdia. Fez parte da mesa administrativa liderada por Júlio Mesquita desde 2010. Primeiro foi tesoureiro, três anos, e depois vice-provedor. Tinha também sob a sua alçada as construções e a parte agrícola da instituição. Cargos que ainda mantém.
Com o falecimento de Júlio Mesquita veio uma sucessão inesperada. Mas desde Março que já vinha a substituir o provedor. “Temos eleições no final do ano. Aí poderá ser escolhido um novo provedor. Não estou a pensar candidatar-me. Já tinha dito ao provedor que não ia continuar. Estou cá há 10 anos e é tempo demais. Acho que devia ser obrigatório a todos os Irmãos passar pelo cargo para perceberem como isto funciona e as dificuldades. Isto é trabalhoso”, assume Joaquim Barbosa Esteves.
O trabalho a desempenhar será, portanto, de continuidade. “Nada do que está feito será para destruir porque o anterior provedor avançou com autorização da mesa”, resume. Além disso, não pretende avançar com novos projectos, para dar liberdade à próxima mesa administrativa.
A cozinha resulta de um investimento superior a um milhão de euros comparticipado com fundos comunitários e vai “permitir economia”. Ficou instalada no polivalente onde era a antiga adega.
Em cima da mesa está outro projecto já antigo. A reconversão de um edifício junto à Igreja Matriz, criando nove apartamentos. Seriam para alugar, gerando rendimentos para a Santa Casa, com a opção de venda de cada uma das fracções em caso de necessidade de angariar verbas para a instituição.
Financeiramente, a Misericórdia de Penafiel está bem e recomenda-se. “Quanto à situação económica posso dizer que a Santa Casa neste momento está com saúde”, garante Joaquim Barbosa Esteves que tem passado os dias, “de manhã à noite”, na instituição.
400 refeições diárias com produtos frescos produzidos na própria instituição
“É uma área muito exigente porque tentamos utilizar o mínimo de pesticidas e fazer produtos o mais naturais possível porque temos pessoas idosas e doentes e essas pessoas devem ser bem tratadas”, refere ainda.
Três funcionários tratam dos terrenos que produzem para alimentar os serviços da Misericórdia. Dala sai “tudo à tonelada”. “Quando uma coisa está a acabar planta-se mais. Isto é uma empresa dentro da Misericórdia. Há compra e venda e normalmente dá sempre lucro em relação às outras valências, dinheiro que é reinvestido”, justifica.
No total, são feitas à volta de 400 refeições diárias para alimentar 86 utentes dos lares e 150 funcionários. Fora as outras valências.
A Santa Casa de Misericórdia de Penafiel tem 510 anos e é uma das mais antigas do distrito do Porto.