Até 2027, a Câmara Municipal de Valongo quer implementar um conjunto de medidas de recuperação de vias e passeios, melhorias nos transportes públicos, com vista a diminuir a utilização do carro, e de incentivo à utilização da bicicleta no concelho. O objectivo é tornar Valongo num território mais inclusivo e amigo do ambiente.
Estas e outras acções compõem o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Valongo (PAMUS), que foi apresentado esta sexta-feira no salão nobre dos Paços do Concelho.
No total, as 183 propostas estão orçadas em 36,4 milhões de euros, com parte da verba a ser financiada por fundos comunitários, e vão ser implementadas de forma faseada.
O presidente da Câmara Municipal de Valongo considera que este documento é “um guião” que define o que é prioritário e realça que se trata de um plano em aberto. “Queremos tornar Valongo num concelho mais inclusivo e amigo do ambiente. Governar sem planeamento resulta muitas vezes em erro. Este documento dá ao município de Valongo a capacidade de estar preparado para qualquer desafio nos próximos anos”, referiu José Manuel Ribeiro. “Hoje é apenas o primeiro passo. Peço a todos que ajudem a melhorar esta ferramenta”, apelou o autarca.
Melhoria e construção de passeios e eliminação de obstáculos de acessibilidade marcam primeira fase de intervenção
O PAMUS de Valongo já começou a ser elaborado no ano passado. O diagnóstico traçado mostra um concelho com elevada mobilidade pendular; transporte ferroviário em todas as freguesias (ainda que de forma assimétrica); oferta variada de transportes rodoviários; oferta de estacionamento suficiente; sem rede ciclável formal e com baixo uso da bicicleta enquanto meio de transporte; e onde as pessoas, à semelhança dos outros concelhos da Área Metropolitana do Porto, têm perdido o hábito de se deslocar a pé, devido a problemas de segurança, falta de passeios e existência de obstáculos.
Para mudar esta realidade, explicou Madalena Beja, engenheira responsável pelo plano, foi criado um programa de acção baseado em quatro eixos estratégicos e com 183 propostas.
O plano prevê uma aposta nos modos suaves, com a construção e requalificação de infra-estruturas pedonais, como passeios, promovendo a acessibilidade, eliminando barreiras e corrigindo descontinuidades de percurso. Outro objectivo passa por criar uma rede ciclável urbana, e também corredores de ligação entre os diferentes espaços urbanos do concelho; criar parqueamentos de bicicletas junto a interfaces de transportes públicos e escolas; alargar a Valongo uma rede de uso de bicicletas partilhadas e promover e incentivar o uso deste meio de transporte.
No âmbito dos transportes colectivos, o PAMUS prevê a consolidação de interfaces, com a melhoria das condições da envolvente das estações de comboio de Valongo, melhoria das condições de segurança e de estacionamento, assim como disponibilizar mais informação aos utentes sobre alternativas de transporte. Por outro lado, estão definidos alguns ajustamentos na rede de transportes rodoviários e melhorias em paragens de autocarro.
O objectivo é só um: fazer com que as pessoas deixem o carro fora da cidade e usem meios alternativos de transporte, diminuindo o impacto do tráfego rodoviário no ambiente.
O Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Valongo tem acções de curto, médio e longo prazo, tendo um horizonte de 10 anos. Grande parte das intervenções a realizar até 2020 diz respeito a questões de acessibilidade, como construção e alargamento de passeios e remoção de obstáculos.
Dois terços dos 36.440.700 euros de investimento previsto são para vias. As obras de curto prazo são 75 e estão orçadas em cerca de 8 milhões de euros, sendo que parte desse valor já está financiado através do PEDU, adiantou José Manuel Ribeiro. “Para metade do que está previsto para a primeira fase já temos financiamento”, disse o autarca. “O resto é um exercício de planeamento que está em aberto”, explica o presidente da Câmara Municipal de Valongo.