Durante três anos, Humberto Brito e a sua equipa tentaram criar um ambiente politico subordinado à ideia de que, afinal, o PSD tinha sido um descalabro na gestão autárquica pacense. Tudo anunciado publicamente ou soprado à comunicação social “amiga”, com pompa e circunstância. Tudo alicerçado em palavras e em grandes tiradas retóricas.
Com a chegada das eleições autárquicas, os socialistas de Paços de Ferreira vão ter que demonstrar se foram, ou não, capazes de fazer melhor. Na maioria dos casos parece que «a montanha pariu um rato»: A água continua a ser uma das mais caras do país; a concessão de água e saneamento não foi remunicipalizada; a Associação Empresarial de Paços de Ferreira encontra-se praticamente falida; algumas das maiores empresas de mobiliário saíram do concelho; a PFRInvest faliu sem se conhecerem ainda as consequências para o concelho; e o prazo de pagamento médio da Câmara Municipal aumentou, ao contrário do que tem acontecido nos concelhos vizinhos.
Mas não chega apenas tirar a prova dos factos, é preciso tirar duas conclusões politicas desta realidade.
A primeira conclusão politica a tirar é a que o executivo PS tentou prolongar artificialmente o julgamento desgastando o PSD. Sempre num exercício de campanha permanente.
A segunda conclusão a tirar é igualmente clara: Humberto Brito quis tentar baixar as expectativas que criou nos eleitores, cobrindo-se de desculpas para as promessas que não pôde cumprir, atirando responsabilidades para cima dos outros, face aos insucessos e consequências que inevitavelmente acarretou e acarretará no concelho.
O PS chegou ao poder defendendo a ideia de que todo o concelho estava um descalabro. Paços de Ferreira era um verdadeiro caos. Foi com base nessa realidade de caos que o PS conseguiu fazer as promessas de tudo e mais alguma coisa aos pacenses. Nos últimos três anos o PS governou em maioria e com um PSD – quase sempre – adormecido, ou seja, sem oposição. Se não fez foi porque não quis ou porque não soube fazer.