A Estrada Nacional 106, que liga Penafiel a Entre-os-Rios, vai ser alvo de novas intervenções para “melhorar as condições de segurança”, adiantou o presidente da Câmara de Penafiel na última Assembleia Municipal.
Antonino de Sousa anunciava que a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa pediu uma reunião ao novo ministro do Planeamento e Infraestruturas para reivindicar a construção do IC35 quando comentou aos eleitos da Assembleia que têm sido realizadas reuniões “mais regulares” com a Infraestruturas de Portugal, entidade que prometeu algumas obras. “Na zona de Vila Só será realizada uma intervenção que pretende criar melhores condições de acessibilidade com a criação de passeios”, revelou, acrescentando que, em Cabeça Santa, num cruzamento que tem dado origem a vários acidentes, nascerá uma rotunda.
“A Infraestruturas de Portugal tem demonstrado mais disponibilidade para trabalhar, pelo menos, no domínio na segurança da EN 106. A sensibilização junto do Governo que todos temos feito tem tido alguns resultados positivos”, afirmou o autarca.
Recorde-se que esta promessa de obras surge depois de, recentemente, um movimento popular ter colocado cruzes brancas nesta estrada lembrando as vítimas dos muitos acidentes que ali acontecem e reivindicando a construção da via alternativa prometida há quase duas décadas e considerada por todas as forças políticas como “prioritária”, o IC35.
Reunião deverá acontecer em Maio e autarcas esperam “respostas e esclarecimentos” sobre obra considerada “prioritária” mas que teima em não sair do papel
“Esta notícia é um novo passo, depois de o anterior ministro nunca ter mostrado qualquer disponibilidade para visitar o território e inteirar-se presencialmente dos constrangimentos da Estrada Nacional 106, e da absoluta urgência para construir o IC35”, sustenta a autarquia.
“A manifestação popular recente em Penafiel, que culminou com a colocação de cruzes na estrada 106 para recordar as centenas de vítimas e a urgência do IC35, mostra que a população está cansada de tanta promessa. A acção popular de Fevereiro deste ano é uma prova clara que as pessoas estão no seu limite e não aceitam continuar a ser tratadas como cidadãos de terceira, num país onde há dinheiro para tudo nos grandes centros urbanos, menos para cumprir uma resolução do parlamento aprovada por unanimidade em 2001 e que tornava o IC35 como uma obra com ‘carácter de prioridade absoluta’”, recorda Antonino de Sousa.
O IC35, um troço de 12 quilómetros, visa ligar Penafiel a Entre-os-Rios e ser uma alternativa à EN106, por onde passam mais de 15.000 veículos/dia, muitos deles veículos pesados, e que tem elevada sinistralidade. Os últimos dados revelados, da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, mostram que só entre 2006 e 2017 registaram-se cerca de 500 acidentes e mais de 710 vítimas, entre feridos ligeiros, graves e mortos.
Recentemente, o IC35 foi colocado no Plano Nacional de Investimentos 2030, o que foi considerado pelo presidente da Câmara de Penafiel como o protelar mais uma vez da obra para um futuro longínquo.
Recorde-se que, em 2015, foi aberto um concurso para uma empreitada do IC35 entre Penafiel-Rans, mas a obra acabou suspensa.