Verdadeiro Olhar

Há 520 pessoas à espera por uma vaga num lar em Paredes

Seria preciso criar mais 520 vagas em lares de idosos para estarem satisfeitas as necessidades do concelho de Paredes. As conclusões são da Carta Social aprovada esta quinta-feira em reunião plenária do Conselho Local de Acção Social de Paredes. O documento permite conhecer as respostas sociais existentes e ajuda a perceber as necessidades mais prementes no território.

As conclusões do trabalho de pesquisa efectuado para a Carta Social de Paredes mostram a “inexistência de toda e qualquer resposta social para pessoas com doença mental ou psiquiátrica e a escassez de respostas para a população com deficiência, bem como para as pessoas idosas, sobretudo ao nível das estruturas residenciais”, vulgarmente conhecidas por lares. “Para conseguirmos eliminar a lista de espera nesta valência teríamos que criar 520 novos lugares”, refere o documento.

 

Documento mostra as necessidades do concelho

A Carta Social de Paredes traça um retrato da rede de serviços e equipamentos sociais do concelho e das respostas existentes para crianças e jovens, idosos, pessoas com doença mental ou psiquiátrica, famílias (que recebem apoio social), pessoas com comportamentos aditivos e dependências e pessoas com deficiência, assim como a sua localização no território.

Os dados mostram que a rede de IPSS’s oferece,  actualmente, 39 respostas para a população idosa em Paredes, integrando 1162 pessoas. A maioria recebe apoio domiciliário (454) ou está na valência de centro de dia (296). Já os lares existentes contam com 250 idosos. Mas não chega. “Não conseguimos dar resposta a todas as solicitações. Há 520 pessoas em lista de espera”, informou a Câmara Municipal de Paredes na apresentação da Carta Social de Paredes.

A resposta é também insuficiente para a população com deficiência. Há 73 utentes neste momento em centros de actividades ocupacionais e em lar residencial. Por outro lado, não existe no concelho qualquer estrutura de apoio às pessoas com doença mental ou psiquiátrica, conclui o documento.

Segundo a vereadora da Acção Social, a Carta Social conta com elementos que ajudam à tomada de decisão e à priorização de respostas sociais no concelho. “Por exemplo, se houver possibilidade de fazer candidaturas aos fundos comunitários para construir lares, sabemos que devemos avançar”, porque a necessidade está identificada, referiu Hermínia Moreira. A autarca acrescentou que criar estas respostas não é a responsabilidade da autarquia, mas que cabe à câmara fazer “pressão” junto das entidades competentes. Ao mesmo tempo, os parceiros sociais que queiram avançar com novos projectos também têm a noção das necessidades do concelho.