As conclusões do trabalho de pesquisa efectuado para a Carta Social de Paredes mostram a “inexistência de toda e qualquer resposta social para pessoas com doença mental ou psiquiátrica e a escassez de respostas para a população com deficiência, bem como para as pessoas idosas, sobretudo ao nível das estruturas residenciais”, vulgarmente conhecidas por lares. “Para conseguirmos eliminar a lista de espera nesta valência teríamos que criar 520 novos lugares”, refere o documento.
Documento mostra as necessidades do concelho
A Carta Social de Paredes traça um retrato da rede de serviços e equipamentos sociais do concelho e das respostas existentes para crianças e jovens, idosos, pessoas com doença mental ou psiquiátrica, famílias (que recebem apoio social), pessoas com comportamentos aditivos e dependências e pessoas com deficiência, assim como a sua localização no território.
Os dados mostram que a rede de IPSS’s oferece, actualmente, 39 respostas para a população idosa em Paredes, integrando 1162 pessoas. A maioria recebe apoio domiciliário (454) ou está na valência de centro de dia (296). Já os lares existentes contam com 250 idosos. Mas não chega. “Não conseguimos dar resposta a todas as solicitações. Há 520 pessoas em lista de espera”, informou a Câmara Municipal de Paredes na apresentação da Carta Social de Paredes.
A resposta é também insuficiente para a população com deficiência. Há 73 utentes neste momento em centros de actividades ocupacionais e em lar residencial. Por outro lado, não existe no concelho qualquer estrutura de apoio às pessoas com doença mental ou psiquiátrica, conclui o documento.
Segundo a vereadora da Acção Social, a Carta Social conta com elementos que ajudam à tomada de decisão e à priorização de respostas sociais no concelho. “Por exemplo, se houver possibilidade de fazer candidaturas aos fundos comunitários para construir lares, sabemos que devemos avançar”, porque a necessidade está identificada, referiu Hermínia Moreira. A autarca acrescentou que criar estas respostas não é a responsabilidade da autarquia, mas que cabe à câmara fazer “pressão” junto das entidades competentes. Ao mesmo tempo, os parceiros sociais que queiram avançar com novos projectos também têm a noção das necessidades do concelho.